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Ex-PM Matteo Renzi critica duramente justiça italiana que o acusa de financiamento ilegal

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O ex-primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, endereçou hoje fortes críticas contra os magistrados que, na quarta-feira, pediram a sua demissão por financiamento ilegal de um partido político.

"Sou inocente e espero que os juízes também sejam", referiu, em declarações à Rádio Leopolda, onde os acusou de "violar a lei e a Constituição".

Investigado pelo Ministério Público de Florença, Renzi, chefe de governo entre 2014 e 2016, realçou que aqueles magistrados consideram a sua família "uma associação de criminosos".

A audiência preliminar está marcada para 04 de abril e um juiz decidirá, a partir dessa data, se a acusação tem provas suficientes para levar Renzi a julgamento.

No final da investigação, que começou em 2019, os procuradores acusaram Matteo Renzi de se ter beneficiado ilegalmente, na qualidade de político, através de financiamento pela fundação Open, sobre a qual teria privilégios ocultos.

Esta fundação, dissolvida em 2018, apoiou Renzi durante a sua ascensão meteórica a autarca de Florença, líder do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda e depois até primeiro-ministro.

A acusação refere que a Open pagou cerca de 3,5 milhões de euros a Renzi e os seus aliados, para financiar as suas atividades políticas.

A investigação tem como alvo 11 pessoas, incluindo dois ex-ministros próximos a Matteo Renzi, além de quatro empresas, incluindo a British American Tobacco Italia.

Além do ex-chefe de governo, também os seus ex-ministros Maria Elena Boschi e Luca Lotti estão acusados ??de financiamento ilegal de partidos políticos.

Luca Lotti também é acusado de corrupção e tráfico de influência.

Matteo Renzi tornou-se, aos 39 anos, o primeiro-ministro mais jovem em Itália desde Benito Mussolini, mas o seu posicionamento centrista e seu estilo por vezes considerado como arrogante rapidamente deixaram os seus aliados e os eleitores de 'pé atrás'.

Em 2016, Renzi lançou um referendo a favor de reformas constitucionais, mas o fracasso deste forçou-o a renunciar ao cargo.

Desde então, Renzi rompeu com o PD e fundou o pequeno partido centrista Italia Viva, que obteve 3% das intenções de voto e que integra o governo de unidade nacional liderado por Mario Draghi.