Distorcer a imagem
Sob o título “Ainda há quem não tenha espelho…” um habitual cronista deste DN tentou demonstrar o indemonstrável ao distorcer os factos, como costuma fazer António Costa (AC) um expert nessa matéria nomeadamente no que concerne às afirmações dos seus adversários políticos. Afirmar que quando estivemos à beira da bancarrota em 78 e 83 o FMI só nos emprestou dinheiro pelo “prestígio internacional” do então 1º Ministro Mário Soares é um perfeito disparate, tal como a pseudo-solução do PEC IV de Sócrates algo que recentemente Teixeira dos Santos ministro das Finanças desse governo do PS veio desmentir ao reconhecer com toda a clareza que houve da parte desse mesmo governo uma “resposta insuficiente” ao recusar-se a tomar em devido tempo “as medidas que pudessem ser suficientemente fortes e ousadas para enfrentar a crise” já para não falar do défice de 11,2% o maior de sempre das nossas contas públicas. Não cabe a AC a responsabilidade exclusiva de Portugal estar na cauda da UE já que a mesma é repartida pelos sucessivos governos do PS que nos governaram nos últimos 20 anos os 6 últimos presididos por AC. Já o propalado crescimento do PIB ao afirmar que “Portugal é dos países que mais cresceu e que só foi interrompida com a pandemia” é mais uma distorção dos factos. O PIB de Portugal de 2016 a 2019 cresceu ligeiramente acima da média da UE o que é muito diferente de dizer que foi dos que mais cresceu, tendo aliás em 2020 tido a maior quebra desde 1954. O facto é que esse crescimento anémico de nada serviu para nos tirar da cauda da UE. Tendo em linha de conta o PIB per capita que mede a distribuição da riqueza pela população a nossa situação é ainda mais catastrófica pois estamos 23% abaixo da média da UE e a ser ultrapassados por 10 países que entraram na UE 18 anos depois de nós e que nos últimos 20 anos de governação do PS recuperaram a diferença que tinham em relação a Portugal. Mais importante do que ter espelho é evitar distorcer a imagem.
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