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Lula da Silva anuncia Haddad nas Finanças e mais quatro ministros de futuro Governo

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Foto EPA

O Presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, anunciou hoje Fernando Haddad como futuro ministro das Finanças, bem como os nomes na Defesa, Relações Exteriores, Justiça e Casa Civil, os primeiros confirmados para o futuro Governo.

O ex-prefeito Fernando Haddad será o chefe do Ministério da Fazenda, a principal pasta da área económica, o ex-deputado José Múcio Monteiro vai liderar a Defesa, o diplomata e ex-ministro Mauro Vieira comandará novamente as Relações Exteriores, o ex-governador e senador eleito Flávio Dino estará à frente da pasta da Justiça e o ex-governador Rui Costa lidera a Casa Civil.

Numa conferência de imprensa, Luiz Inácio Lula da Silva estava ao lado de quatro dos indicados, com exceção do futuro ministro Mauro Vieira, das Relações Exteriores, que segundo informou o chefe de Estado eleito está na Croácia.

No comando da pasta mais importante do futuro Governo, Haddad tem perfil pragmático e conciliador. É considerado um fiel aliado de Lula da Silva, que inclusive substitui como candidato presidencial pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em 2018, quando o então ex-governante foi impedido de concorrer nas eleições presidenciais devido às condenações judiciais que entretanto foram anuladas.

Com mestrado em Economia e doutorado em Filosofia, Haddad foi prefeito da cidade de São Paulo e já ocupou a pasta da Educação entre 2005 e 2012, durante boa parte dos governos do PT, primeiro com Lula da Silva (2003-2010) e depois com Dilma Rousseff (2011-2016).

Outro ministro indicado foi o engenheiro e político conservador José Múcio Monteiro na pasta da Defesa, que volta às mãos de um civil após quatro anos sob o comando dos militares.

Múcio tem a missão de apaziguar os setores do Exército que se manifestaram contrários à futura mudança de governo e se destaca por sua habilidade política e bom relacionamento com os oficiais das Forças Armadas e do mundo político.

A pasta das Relações Exteriores será comandada pelo embaixador Mauro Vieira, que voltará a dirigir a diplomacia brasileira, cargo que ocupou entre 2015 e 2016, nos dois últimos anos do Governo da antiga presidente Dilma Rousseff.

Diplomata de carreira com larga experiência em comércio exterior, Vieira ocupou os cargos mais importantes em delegações brasileiras no exterior tendo sido embaixador do país nos Estados Unidos (2010-2015), na Argentina (2004-2010) e representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (2016-2019).

Desde que deixou o cargo de representante do Brasil na ONU, foi designado embaixador na Croácia, cargo que ocupa atualmente.

Já a pasta da Justiça será para o líder progressista Flávio Dino, 54, político admirado por Lula da Silva, ex-governador do Maranhão e atual senador eleito.

Na pasta da Casa Civil, que no Brasil funciona como o centro administrativo do Governo que articula a execução das políticas públicas pelos demais ministérios, estará Rui Costa, atual governador da Bahia, um dos fundadores do PT e outro dos homens de maior confiança de Lula da Silva.

Além dos cinco ministros, o delegado Andrei Rodrigues foi confirmado na conferência de imprensa como o novo diretor-geral da Polícia Federal. O delegado é próximo do PT e foi responsável por organizar a segurança do Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Respondendo a perguntas de jornalistas, Lula da Silva informou que no domingo deve fechar o número de ministérios e de secretarias que o futuro Governo brasileiro terá a partir de sua posse, em 01 de janeiro de 2023.

Os próximos ministros devem ser anunciados na sequência da diplomação de Lula da Silva como Presidente brasileiro, na segunda-feira.

O futuro governante também indicou que apresentará em breve o resultado do que foi apurado pelo Governo de transição em relação às políticas adotadas pelo Governo atual liderado pelo Presidente, Jair Bolsonaro.

Lula da Silva criticou o atual Governo e frisou que quando o trabalho dos grupos de transição terminar pretende mostrar os resultados à sociedade com seriedade e sobriedade.

"Foi um Governo que não preparou a administração deste país, que preferiu falar, falar e falar e não conseguiu resolver os problemas que precisavam ser resolvidos", atirou Lula da Silva.

"Vamos apresentar sem fazer 'show' de pirotecnia. Não precisamos disto. O que nós queremos é que a sociedade saiba como estão as áreas da saúde, educação (...) Para que a sociedade saiba, porque se não apresentarmos agora, seis meses depois estará nas nossas costas os desmandos feitos pelo atual governo", concluiu.