Navio com 33 migrantes desembarca em Lampedusa, 500 esperam desembarque
A embarcação "Louise Michel" financiada pelo artista de arte urbana britânico Bansky conseguiu desembarcar em Lampedusa, no sul de Itália, os 33 migrantes que se encontravam a bordo e que foram resgatados no Mediterrâneo Oriental.
Apesar do último desembarque de 33 pessoas, várias organizações não-governamentais esperam ainda autorização para levar para terra mais de 500 migrantes que se encontram embarcados em vários navios.
As autoridades locais italianas permitiram que o navio financiado por Bansky, que participou em operações de salvamento e resgate nos últimos dias, atracasse em Lampedusa.
Trata-se de um grupo de 33 cidadãos egípcios que estavam a bordo do "Louise Michel", de acordo com jornais locais sendo que a mesma informação foi recolhida pelo portal de geolocalização Vesselfinder.
Entretanto, continuam ao largo o navio "Geo Barents", capitaneado pelo organismo Médicos Sem Fronteiras (MSF) e que tem a bordo 249 migrantes, entre os quais 76 menores de idade e o navio "SOS Humanity" da organização não-governamental alemã SOS Humanity com 252 pessoas a bordo.
Estes são os primeiros resgates de navios operados por organizações não-governamentais depois de no início de novembro o governo de Itália ter impedido o desembarque de migrantes resgatados no Mediterrâneo permitindo, de acordo com a nova política anti-imigração do novo governo de Roma, deixar apenas desembarcar "migrantes vulneráveis".
A organização não-governamental MSF informou na quinta-feira que uma mulher deu à luz a bordo do "Geo Barents" tendo sido desembarcada em Lampedusa com o recém-nascido e outros três filhos menores.
O resto da família não foi autorizada a desembarcar.
Uma grávida de nove meses foi retirada por um helicóptero de Malta durante a última noite.
Ambas as mulheres foram resgatadas quando viajavam numa embarcação precária que partiu da Líbia com mais de uma centena de pessoas a bordo.
Até ao momento, as petições para o desembarque dos outros navios não receberam resposta positiva nem de Malta nem de Itália.
Desde o princípio do ano chegaram às costas italianas quase 96 mil pessoas, face a 63 mil em 2021, de acordo com o Ministério do Interior do Executivo de Roma.
As autoridades italianas referem ainda que se verifica um "aumento considerável" de entradas em Itália pela via terrestres através da rota dos Balcãs.