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Bruxelas e Washington condenam execução de iraniano que participou nos protestos

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A União Europeia (UE) condenou hoje "nos termos mais fortes" a execução no Irão de Mohsen Shekari, o primeiro preso condenado à morte por participar nos protestos iniciados em setembro, o que Washington considera uma "escalada sinistra".

Perante a execução hoje de Shekari, de 23 anos, o bloco europeu reclamou a Teerão que tenha uma "política coerente com a abolição total da pena de morte", disse o porta-voz do Serviço Europeu de Ação Exterior (SEAE), Peter Stano.

Além disso, a UE fez um apelo para que as autoridades iranianas "se abstenham da prática inaceitável de utilizar confissões forçadas e publicadas como base para determinar os factos dos alegados delitos".

"É imperativo" que Teerão respeite os direitos" das pessoas acusadas e assegure que as que se encontram sob qualquer forma de detenção ou prisão "não estejam sujeitas a nenhum tipo de maus-tratos", acrescentou Stano.

Os 27 instaram o Irão a cumprir "estritamente" com as suas obrigações consagradas no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, do qual o país é parte.

O bloco europeu reiterou a sua oposição "firme e de princípios" ao uso da pena capital "em todos os momentos e em todas as circunstâncias".

"A pena de morte é um castigo cruel e desumano, que não atua como um impedimento ao crime e representa uma negação inaceitável da dignidade e integridade humana", sublinhou Stano.

Em quase três meses de protestos, iniciados com a morte da jovem Mahsa Amini, morreram mais de 400 pessoas e pelo menos 15.000 foram detidas, de acordo com a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.

Por sua vez, os Estados Unidos qualificaram como "escalada sinistra" a execução do jovem iraniano.

"A execução de Mohsen Shekari representa uma escalada sinistra das tentativas do regime para eliminar as críticas e esmagar os protestos", disse o porta-voz do departamento de Estado, Ned Price.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou, numa mensagem no Twitter, que os Estados Unidos "irão responsabilizar o regime iraniano pela violência brutal que inflige ao seu próprio povo".