Vereadora brasileira vítima de assédio em plena câmara municipal
Uma vereadora brasileira foi vítima de assédio sexual durante uma sessão na Câmara Municipal de Florianópolis, incidente condenado hoje pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e vários políticos de quadrantes distintos.
A agressão teve lugar na quarta-feira, quando o vereador Marquinhos da Silva, do Partido Social-Cristão (PSC), agarrou, abraçou e beijou à força a sua colega Carla Ayres, do Partido dos Trabalhadores (PT), o partido liderado pelo presidente eleito.
De acordo com o vídeo da sessão do conselho, Ayres caminhava pelo corredor central da câmara na companhia de outra pessoa quando Marquinhos da Silva, que estava sentado, agarrou a sua mão de surpresa.
O agressor levantou-se, abraçou-a por trás e beijou-a na bochecha. A conselheira consegue afastá-lo, enquanto o seu colega ri e regressa ao seu lugar.
"No dia em que aprovamos a Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Florianópolis, mais uma cena de assédio que precisamos lutar para que não ocorra nas ruas e nos parlamentos do nosso país. Não é brincadeira se só um riu!" escreveu Ayres numa mensagem nas suas redes sociais que partilhou juntamente com o vídeo da agressão.
Marquinhos da Silva já reconheceu o seu "erro" por "abordar a vereadora de forma inconveniente e sem a sua autorização".
"Peço sinceras desculpas a ela e a todas as mulheres que se sentiram ofendidas pelo meu ato", acrescentou.
O Partido Social-Cristão indicou já ter aberto um "processo administrativo" contra o conselheiro para investigar a sua conduta.
Lula, que assumirá a presidência do Brasil a 01 de Janeiro, já reagiu nas suas redes sociais.
"Me solidarizo com a vereadora Carla Ayres, de Florianópolis, após o absurdo episódio ocorrido na Câmara de Vereadores. As mulheres têm que ocupar os espaços de decisão, os espaços da política e serem sempre respeitadas", escreveu.