A Guerra Mundo

UE quer aumentar sanções e impedir a Rússia de ter acesso a 'drones'

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs hoje juntar quase 200 indivíduos e entidades adicionais à lista de sanções da União Europeia (UE) contra Moscovo, bem como impedir o acesso das forças russas a 'drones'.

"Os oito pacotes de sanções adotados até agora já estão a causar danos (à Rússia). Mas hoje aumentámos a pressão", disse Von der Leyen, num comunicado, referindo-se ao nono pacote de medidas contra Moscovo, que ainda precisa de ser aprovado por unanimidade pelos 27 países-membros da UE.

O executivo comunitário propõe adicionar cerca de 200 indivíduos e entidades à lista de sanções contra a Rússia, incluindo as Forças Armadas, assim como empresas de Defesa ligadas ao Kremlin (Presidência russa), membros do Parlamento russo e do Conselho da Federação, ministros, governadores e partidos políticos.

A Comissão Europeia quer ainda proibir a exportação de 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) para a Rússia ou para países terceiros que possam ter relações comerciais com Moscovo, incluindo o Irão, que tem sido acusado de fornecer este tipo de aeronaves às forças russas na Ucrânia.

A lista de sanções por causa da invasão da Ucrânia inclui ainda pessoas consideradas responsáveis por ataques de mísseis russos, que Ursula von der Leyen classificou como "brutais e deliberados", lançados contra civis.

A Comissão propõe ainda a introdução de sanções contra três novos bancos russos, incluindo uma proibição total de transações ao Banco de Desenvolvimento Regional, destinadas a "paralisar ainda mais a máquina financeira" do Presidente russo, Vladimir Putin.

No comunicado, Ursula von der Leyen referiu igualmente a imposição de "novos controlos e restrições a exportações" de bens, incluindo produtos químicos essenciais, agentes neurotóxicos, componentes eletrónicos e computadores que possam ser usados ao serviço da "máquina de guerra" da Rússia.

Von der Leyen anunciou ainda medidas económicas adicionais para o setor da energia e da mineração russos, num pacote de sanções que se soma ao embargo que a UE já tinha decretado às importações de petróleo russo transportado por mar, que entrou em vigor esta semana.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.702 civis mortos e 10.479 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.