Polícia alemã diz ter impedido ataque armado da extrema-direita ao parlamento
A Procuradoria-geral da Alemanha anunciou hoje ter desmantelado uma célula de um grupo de extrema-direita que planeava ataques armados, incluindo contra o parlamento, numa operação que levou à detenção de 25 pessoas.
Os procuradores disseram, em comunicado, que os detidos são suspeitos "de terem feito preparativos concretos para entrarem violentamente, com um pequeno grupo armado, no Bundestag", a câmara baixa do parlamento alemão.
Cerca de três mil agentes participaram na operação policial, que incluiu buscas em 130 locais em 11 dos 16 estados da Alemanha, contra o movimento Cidadãos do Reich.
O grupo, que rejeita a Constituição implementada depois da Segunda Guerra Mundial e apela ao derrube do governo, terá sido formado em 2021.
A Procuradoria-geral da Alemanha disse que 22 alemães foram detidos sob suspeita de "filiação numa organização terrorista". Três outras pessoas, incluindo um russo, são suspeitas de apoiar a organização.
Uma pessoa foi detida na cidade austríaca de Kitzbuehel e outra na cidade italiana de Perugia, referiu ainda o comunicado.
De acordo com o jornal alemão Der Spiegel, as buscas incluíram o quartel da KSK, a unidade de forças especiais da Alemanha, na cidade de Calw, no sudoeste do país.
A KSK já tinha sido alvo de investigação no passado devido a alegadamente ter entre os soldados simpatizantes da extrema-direita.
Os membros do Cidadãos do Reich acreditam numa "série de teorias da conspiração", incluindo a "ideologia QAnon", segundo os procuradores alemães.
QAnon é o nome de perfil de um utilizador anónimo que publicou, num fórum da Internet, informações falsas, nas quais alegou ter acesso a dados de agências de segurança dos Estados Unidos sobre um grupo liderado por uma elite corrupta formada por pedófilos satanistas que sequestravam e sacrificavam crianças.
Esta teoria tem muitos adeptos no Partido Republicano norte-americano.