Arábia Saudita assinará acordos com China no valor de 27 mil milhões de euros
A Arábia Saudita e a China querem assinar esta semana cerca de 20 acordos, no valor de cerca de 27 mil milhões de euros, com os quais Pequim pretende tornar-se o principal parceiro do Reino árabe.
Neste encontro, espera-se que o Rei saudita, Salman bin Abdulaziz, e o Presidente chinês, Xi Jinping, assinem o documento de associação estratégica entre os dois estados, bem como o plano de harmonização entre o projeto saudita Visão 2030 e a iniciativa chinesa 'Faixa e Rota'.
Estes são os únicos pontos da agenda da reunião entre os dois líderes, até agora realizada com total discrição pelas partes, que não revelaram os pormenores sobre os acordos entre Riade e Pequim.
A visita de Xi - a primeira à Arábia Saudita desde 2016 - ocorre num momento em que a China se tenta consolidar como o principal aliado económico e comercial do Golfo Pérsico, destronando os Estados Unidos nesse estatuto.
Em julho, durante uma visita a Riade, o Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que gostaria que o seu país mantivesse a sua presença comercial na região.
"Não nos vamos afastar e deixar um vazio para a China, Rússia ou Irão preencherem", assegurou Biden, referindo-se à influência histórica que os norte-americanos têm na região.
A relação entre a China e a Arábia Saudita intensificou-se nos últimos 15 anos, período em que o reino árabe se tornou o primeiro parceiro estratégico da China na região.
Entre 2005 e 2020, a China investiu cerca de 35 mil milhões de euros na Arábia Saudita, valor que representa 20% do total do seu investimento no mundo árabe, segundo contas da agência oficial de comunicação saudita.
Durante a visita de Xi a Riade, serão realizadas duas cimeiras, ainda sem data: a primeira será uma cimeira saudita-chinesa; a segunda será entre os países árabes do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Bahrein, Kuwait e Omã) e a China, para discutir projetos de cooperação para o desenvolvimento.