Dois mortos e sete feridos na Síria em protestos contra o Governo
Um manifestante e um polícia morreram ontem e sete pessoas ficaram feridas na sequência de manifestações que decorrem na província de Sueida, na Síria, onde a maioria dos habitantes são drusos, uma pequena comunidade religiosa autónoma daquela região.
Apesar de Sueida, próxima da fronteira com a Jordânia, ter sido genericamente poupada da guerra civil, protestos contra a corrupção têm decorrido nos últimos anos naquela província, onde os drusos compõem a maioria da população.
Esses protestos têm alimentado as tensões entre os habitantes daquela região e o Governo liderado por Bashar al-Assad.
De acordo com a agência Associated Press (AP), dezenas de residentes concentraram-se no edifício do município de Sueida, contestando a atual situação económica e entoando cânticos anti-Governo.
O Ministério sírio do Interior afirmou, num comunicado, que houve pessoas armadas que conseguiram entrar no edifício municipal e pilhar vários ficheiros.
O comunicado refere que um polícia foi morto, após os manifestantes terem atacado uma esquadra policial.
Já o grupo de oposição ao Governo de Bashar al-Asad Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, afirmou que forças de segurança dispararam com balas reais contra os manifestantes.
"Há uma grande mobilização de forças de segurança na área. Ainda dá para ouvir os tiros", afirmou o responsável do coletivo ativista Suwayda 24, Rayan Maalouf, citado pela AP.
Protestos contra o Governo liderado por Bashar al-Assad têm sido raros, num país a braços com uma guerra civil desde 2011.
O Presidente da Síria sobreviveu aos protestos pró-democracia e à guerra civil, mas o conflito armado mergulhou o país numa situação de pobreza, agravada pela crise energética e insegurança alimentar.