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Oposição venezuelana acusa Governo de quebrar acordo negociado e exige diálogo

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A Plataforma Unitária Democrática (PUD) da Venezuela acusou hoje o Governo do Presidente Nicolás Maduro de procurar "sair dos acordos" negociados no México, exigindo que seja retomado o diálogo.

"Queremos denunciar que o regime ativou uma série de ações que procuram sair dos acordos", afirmou aquele movimento de oposição em comunicado, frisando que pretende "continuar as negociações sobre questões políticas" e conseguir a libertação de "presos políticos" e o regresso de "milhões de famílias e exilados" à Venezuela.

No comunicado, a oposição venezuelana, aliada de Juan Guaidó, lembra que recentemente foi assinado "um acordo importante" , apesar de "mais de um ano de negativa por parte do indolente Nicolás Maduro".

"Conseguimos assinar um Acordo Social orientado para aliviar alguma parte do sofrimento do nosso povo em questões sensíveis como a eletricidade, saúde, alimentação e a educação, entre outras", indicou a plataforma.

Sublinhou que "esse acordo social só foi possível" porque a oposição "protege e continuará a proteger das garras insaciáveis da corrupção de Maduro e da sua comitiva os recursos que pertencem aos venezuelanos e que, graças a essa decisão, não foram parar aos bolsos deles".

"Perante a imprensa internacional, mais uma vez [o Governo] mente sobre o alcance do acordo assinado e estabelece novas condições para avançar", acusa a PUD.

A oposição exige a Nicolás Maduro que não continue a atrasar o compromisso assumido no México e que fixe imediatamente uma data, ainda em dezembro, para continuar as negociações, que nesta oportunidade devem tratar de questões de política e liberdade dos presos políticos, "segundo o acordado".

Em 25 de novembro último, o Governo e a oposição da Venezuela assinaram, no México, um segundo acordo parcial em matéria de proteção social.

O acordo, que visa desbloquear recursos que a Venezuela tem congelados no estrangeiro para poder ajudar as populações mais vulneráveis, determina que Governo e oposição terão de cooperar em despesas humanitárias, como o pagamento de projetos de assistência médica ou a reparação de redes elétricas.

Segundo o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o acordo alcançado representa um "novo capítulo" no avanço para "a paz e o bem-estar" dos venezuelanos.

Segundo o chefe da delegação da oposição, Gerardo Blyde, cerca de três mil milhões de dólares serão canalizados através de um fundo fiduciário que será desenhado e executado pela ONU para ajudar os venezuelanos em extrema pobreza num plano para três anos.

Em 31 de novembro, Nicolás Maduro pediu o desbloqueio dos recursos do país que estão congelados no estrangeiro e "eleições livres de sanções internacionais".