Mundo

Governo de El Salvador cerca cidade com 10.000 soldados e polícias contra gangues

None

O Governo de El Salvador enviou 10.000 soldados e polícias para uma cidade da periferia da capital no âmbito da guerra contra os gangues organizados desencadeada em março pelo Presidente Nayib Bukele.

"A partir de agora, o município de Soyapango está totalmente cercado. 8.500 soldados e 1.500 agentes circundaram a cidade" de 242.000 habitantes, situada a leste da capital, indicou Bukele na sua conta no Twitter.

O ministro da Defesa, René Merino Monroy, assegurou ontem em conferência de imprensa que a concretização de um "cerco" no município de Soyapango "não afetará a população honrada" e prometeu "respeito pelos direitos humanos".

Em 23 de novembro o Presidente anunciou que as cidades seriam cercadas para permitir buscas às habitações pelos militares e membros da Polícia nacional civil (PNC) com o objetivo de procederem à detenção de membros dos gangues. Soyapango é a primeira cidade onde foi aplicada esta decisão.

Os soldados e polícias foram colocados desde o amanhecer em todas as estradas de acesso à cidade, proibindo qualquer entrada ou saída da localidade sem um controlo prévio. As forças da ordem receberam ordens para prenfder "todos os membros de gangues que ainda se encontrem" na cidade, precisou o Presidente.

De acordo com uma sondagem da Universidade centro-americana (UCA), cerca de 76% dos salvadorenhos apoiam o estado de emergência e nove em cada dez consideram que a delinquência foi reduzida.

Cerca de 58.000 presumíveis membros de bandos criminais, em particular dos temíveis "mara salvatrucha", estão detidos em El Salvador desde a declaração de "guerra" contra os gangues, emitida pelo Presidente Bukele no final de março.

Devido às detenções em massa, a administração penitenciária iniciou a construção de uma gigantesca prisão para 40.000 presumíveis criminosos em Tecoluca, uma região rural no centro do país.

O estado de emergência, decretado no final de março na sequência de uma vaga de 87 assassinatos atribuídos aos "maras", permite detenções sem mandato e suscitou críticas de organizações de defesa dos direitos humanos.

O estado de emergência foi prolongado pelo Congresso até meados de dezembro.