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Conferência Episcopal lembra solidez teológica de papa emérito

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A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), presidida pelo madeirense D. José Ornelas, manifestou hoje a sua "enorme tristeza" pela morte do papa emérito Bento XVI, considerando que "fica para sempre na história da Igreja pela receção e aplicação das orientações do Concílio Vaticano II".

Bento XVI "fica para sempre na história da Igreja pela receção e aplicação das orientações do Concílio Vaticano II, consolidando, no seguimento de São Paulo VI e São João Paulo II, aspetos fundamentais do percurso da vida da Igreja com a sua solidez teológica aliada à dimensão pastoral evangelizadora", sublinha a CEP em comunicado.

Por outro lado, Joseph Ratzinger será lembrado "pelo vasto e profundo magistério apostólico, nomeadamente a primeira encíclica 'Deus Caritas Est' a pautar todo o seu pontificado; pelo diálogo entre razão e fé, fomentando o constante diálogo com a cultura; pelo despertar para a purificação e reforma da Igreja em coerência com os princípios eclesiais".

Para a CEP, a "coragem" de Bento XVI ao resignar "quando já não sentia condições para continuar o exercício do seu ministério, fica como legado e lição para a história da Igreja na compreensão coerente do ministério petrino".

"As dioceses e todas as comunidades cristãs e religiosas reconhecem o carinho que Bento XVI nutria por Portugal, nomeadamente aquando da sua significativa visita em 2010, e manifestam a sua união neste momento de dor e de esperança, com tempos de oração e outras expressões agradecidas, invocando o eterno descanso de Bento XVI junto de Deus Pai", acrescenta a nota da Conferência Episcopal Portuguesa.

O papa emérito Bento XVI, que morreu hoje com 95 anos, abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, a dois meses de comemorar oito anos no cargo.

Joseph Ratzinger nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, e foi Papa entre 2005 e 2013.

Ratzinger tornou-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.

Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram casos que agitaram o seu pontificado.

Bento XVI ordenou uma inspeção às dioceses envolvidas, classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.

Durante a viagem a Portugal, em maio de 2010, Bento XVI disse que "o perdão não substitui a justiça".