Tesla vive o seu pior ano bolsista com uma desvalorização de 65%
A empresa de veículos elétricos dirigida por Elon Musk, a Tesla, encerrou na sexta-feira o seu pior ano bolsista, com uma desvalorização de 700 mil milhões de dólares, sendo mesmo uma das piores das integrantes do S&P500.
No fecho da praça de Wall Street, e em relação a 31 de dezembro de 2021, as ações desvalorizaram 65,03%, o que transforma a Tesla em uma das cotadas com os piores desempenhos no S&P500, seguida de perto pela Facebok, que recuou 64% no mesmo período. A que mais perdeu foi a General Holdings, uma empresa de menor dimensão, de produção de energia, que recuou 71%.
A Efe, em artigo assinado por Sarah Yáñez-Richards, destaca que a queda da Tesla é uma mudança surpreendente em comparação com o ano anterior.
Em novembro de 2021, as ações atingiram o seu máximo histórico, tendo caído 70% desde então.
Este mês de dezembro é mesmo o seu pior.
A queda bolsista mais recente ocorreu depois de o The Wall Street Journal (WSJ) noticiar que a Tesla vai continuar com a sua produção parada em Xangai, onde está a sua maior fábrica, devido a uma vaga de infeções com o novo coronavírus na China.
Mas os acionistas também não receberam bem o facto de, na semana passada, a Tesla ter aumentado os descontos na América do Norte para os compradores de veículos elétricos Model 3 e Model Y.
Não obstante, Musk atribuiu a desvalorização bolsista às subidas da taxa de juro pela Reserva Federal, que afetou aliás o mercado em geral, mas com maior impacto nas empresas tecnológicas.
"Não se preocupem demasiado com a loucura do mercado bolsista. À medida que demonstremos um desempenho excelente contínuo, o mercado vai reconhecê-lo", disse Musk esta semana aos empregados em mensagem interna a que o WSJ teve acesso.
Desde o nível recorde da ação, em novembro de 2021, Musk já vendeu ações da Tesla no montante de 39 mil milhões de dólares e comprou a rede social Twitter por 44 mil milhões.
Devido a estas vendas massivas, Musk perdeu o título de pessoa mais rica do mundo no início de dezembro, que passou para o francês Bernard Arnault, presidente da LVMH, segundo a revista Forbes.
Contudo, depois da sua última venda de ações, assegurou na Twitter, em 22 de dezembro, que não venderia mais nenhuma ação durante 18 a 24 meses.
Os investidores da Tesla querem que Musk volte a centrar a sua atenção na estabilização da empresa que representa a grande maioria da sua riqueza.
O magnate, nascido na África do Sul, tem estado muito ocupado na reestruturação da Twitter e já fez saber que está à procura de um diretor executivo para a empresa da rede social.
Em janeiro, os investidores vão analisar o relatório do último trimestre para ficarem com orientações para o novo ano.
Musk já disse que deve revelar em breve planos para uma nova fábrica.