O exemplo da Carolina
A permeabilidade da nossa atenção é testada a toda a hora. Num primeiro momento há muito para ver, ouvir, ler. Parte de tudo isso recebemos sem pedir, outra parte activamente procuramos. Mas o excesso de conteúdos condiciona o como e o quanto guardamos efectivamente. Longe do barulho das luzes Carolina Deslandes (em conversa com a radialista Inês Meneses) tem uma frase “simples” de entender, muitas vezes difícil de aceitar - “ser um exemplo não é ser exemplar”. Só isto. Tudo isto.
Parece óbvio. São inúmeros os exemplos que temos como referências, modelos. E hoje parece tão mais fácil granjear o estatuto de exemplo. Mas faz parte do caderno de encargos a cobrança para ter que ser exemplar. O politicamente correcto não perdoa as debilidades da natureza humana. Uma opinião mais dissonante do expectável, um comportamento mais mundano, uma amizade mais duvidosa e o exemplo não exemplar cai em desgraça. Até pode ser temporariamente mas a “mancha moral” fica lá para memória futura.
O difícil exercício de tolerância e empatia pode e deve ajudar a construir os exemplos que queremos seguir. E que não serão sempre exemplares. São humanos… como os seus seguidores. Entre acertos e falhas, com menos julgamento e mais compreensão.