Mundo

Manifestação em Paris protesta contra abusos sobre minoria Uigur na China

None

Cerca de duzentas pessoas, incluindo líderes políticos, manifestaram-se hoje em Paris contra alegados abusos cometidos pela China sobre a minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang (noroeste) e em apoio à chamada 'revolução do papel em branco'.

Organizado pelo Instituto Europeu Uigur, o protesto na capital francesa partiu da Bastilha e culminou na Praça da Nação, fazendo-se acompanhar por uma faixa com a mensagem "Marcha pela Liberdade".

A marcha visou ainda recordar o incêndio do dia 24 num edifício residencial na cidade de Urumqi (em Xinjiang), que provocou uma dezena de mortos. O caso fez aumentar a escala de protestos em solo chinês por alegadamente os habitantes do edifício estarem então sujeitos a confinamento ditado pela política "covid zero", a origem dos recentes protestos na China.

As severas restrições antipandémicas, segundo o apelo à ação lançado este sábado pelo Instituto Europeu Uigur, agravaram drasticamente as condições para os membros desta minoria muçulmana na China, além das numerosas acusações de anteriores violações dos direitos humanos.

"A revolução do papel em branco (como é conhecida a onda de protestos na China, por haver manifestantes que exibem folhas em branco em vez de mensagens de protesto, simbolizando a censura do regime comunista) expressa o desejo intenso de muitos pela democracia e liberdade. É um sério desafio para o governo e a liderança do Presidente Xi Jinping", disse a organização numa declaração.

Ao lado de ativistas e manifestantes, líderes políticos como Olivier Faure, líder do Partido Socialista Francês (PS), e Clémentine Autain, deputada do partido França Insubmissa, também marcharam em defesa da minoria uigur.

"Somos republicanos universalistas. Reclamamos para todos os direitos de que gozamos em França. O regime deveria ter libertado os chineses das suas correntes, mas voltou a colocá-las. Os uigures são hoje vítimas de genocídio. Vamos quebrar o silêncio", afirmou Faure numa mensagem publicada na rede social Twitter após a manifestação.