“Só com mais qualificação conseguiremos enfrentar os desafios do mundo do trabalho”
“Mais de 80% dos assalariados ganham o equivalente ao salário mínimo nacional. Isso é dramático.” A frase de Miguel Iglésias, deputado do PS, eleito pela Madeira à Assembleia da República, contextualiza o tema em debate, nos Estados Gerais do PS.
A primeira intervenção é de Ana Paula Bernardo, deputada do PS na Assembleia da República e economista. A parlamentar garante eu não há desenvolvimento sem boas políticas de emprego. No diagnóstico, que faz, identifica fragilidade do emprego, a segmentação do trabalho, o desemprego jovem, o modelo de baixos salários, a fraca aposta na qualificação dos trabalhadores e a existência de desigualdades profundas no mundo laboral.
A deputada faz uma avaliação muito crítica das políticas dos Governos anteriores aos do PS, por oposição às dos executivos socialistas, “sem por em causa as contas certas”.
Também socialista, Ana Paula Bernardo deu relevo, igualmente ao papel dos parceiros sociais, que, em diálogo, possibilitou ao governo contrapor a desregulamentação dos tempos da Troika e a uma reposição do aumento do salário mínimo. A deputada também fala na compressão dos salários, o que obriga ao diálogo social e à contratação colectiva.
A deputada também acentuou a necessidade de aumentar a qualificação profissional e, nesse âmbito, falou em dois acordos de concertação social, entre o Governo e os parceiros sociais.
Portugal tem um grande fosso entre a sua realidade e os seus principais parceiros comerciais, apesar de, nas habilitações literárias isso já não acontecer.
É preciso um esforço das políticas públicas no sentido de aumentar as qualificações, sem esquecer a responsabilidade das empresas. “Só com mais qualificação conseguiremos enfrentar os desafios do mundo do trabalho”, sem que ninguém fique para trás.
A deputada também deu relevo ao acordo para ao aumento dos salários. Com baixos salários, a capacidade de reter talentos fica comprometida.