PS critica política de baixos salários e defende mudança em 2023
"2023 tem de ser o ano de viragem, tem de ser o ano em que avançamos para um outro modelo de desenvolvimento". A afirmação é da deputada socialista Elisa Seixas que, hoje, em conferência de imprensa, criticou a "política assente em baixos salários" do Governo Regional.
A socialista argumenta que o executivo liderado por Miguel Albuquerque dá primazia aos “grandes investimentos que apenas beneficiam alguns” e aponta como exemplo o facto de o Funchal ser a terceira cidade mais cara do país, embora esteja "situado na região [de Portugal] com a maior taxa de pobreza".
“Nós temos um presidente do Governo Regional que diz que a transformação desta Região num enorme 'resort' para o mercado de luxo é para manter, o que significa que aquilo que é o bem para a maioria dos madeirenses não é uma preocupação deste Governo”, acusou.
Em frente à Secretaria Regional do Turismo e Cultura, Elisa Seixas apontou precisamente que "o sector do Turismo apresenta números recordes neste momento, mas continua a apostar em salários baixos, na precariedade laboral e na perda de direitos das pessoas".
A solução encontrada pelo Governo, lamenta Elisa Seixas, é “ir buscar mão de obra aos países mais pobres”.
“Temos um presidente do Governo Regional que vem dizer que o modelo deve ser o modelo de Odemira, ou seja, aproveitarmo-nos das pessoas com menos recursos que nós, com mão de obra que não tem as condições necessárias para trabalhar na hotelaria e para oferecer um serviço que deveria ser de excelência”, sustenta a parlamentar, alertando que "estamos a apostar num modelo que esgotará muito rapidamente, porque as pessoas procuram qualidade".
“Se nós não oferecemos essa qualidade, mas cobramos pela qualidade que não oferecemos, este boom do turismo a que nós assistimos vai esvair-se muito rapidamente e isso significará que a região mais pobre do País – a Madeira – não conseguirá recuperar se continuarmos neste caminho”, reforça.
Elisa Seixas advertiu ainda que "o actual modelo de desenvolvimento está esgotado", vincando, por isso, que “2023 tem de ser o ano de viragem”.