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Pelo menos 26 refugiados 'rohingya' morrem à deriva no mar

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Foto ACNUR

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) avançou hoje que pelo menos 26 refugiados da minoria étnica muçulmana 'rohingya', perseguida em Myanmar, morreram em alto mar antes de serem resgatados por um navio indonésio.

Um grupo de 174 'rohingya', entre os quais várias mulheres e crianças, desembarcou na segunda-feira na província indonésia de Aceh, a norte da ilha de Sumatra, depois de cerca de um mês à deriva numa embarcação frágil.

Os sobreviventes, que chegaram a terra com sintomas de exaustão e desidratação, disseram que outros 26 passageiros morreram durante a viagem devido às péssimas condições a bordo, frisou o ACNUR, em comunicado hoje divulgado.

Este navio é o segundo a chegar a Aceh nos últimos dias, depois de um outro, com 58 'rohingya' a bordo, ter atracado no domingo.

A agência da ONU para os refugiados agradeceu à Indonésia pelo resgate e assistência prestada a estas pessoas, sublinhando que muitos dos 'rohingya' recém-chegados requerem cuidados médicos urgentes.

"Agradecemos este ato de humanidade das comunidades e autoridades locais na Indonésia. Estas ações ajudam a salvar vidas humanas de uma morte certa, acabando com as provações de muitas pessoas desesperadas", disse a representante do ACNUR na Indonésia, Ann Maymann.

Segundo relatórios do ACNUR, pelo menos 200 'rohingya' morreram este ano, quando procuravam um futuro melhor atravessando ilegalmente do Bangladesh para a Malásia ou a Indonésia. O número corresponde a um em cada 10 que arriscaram fazer a viagem em 2022.

A agência das Nações Unidas refere ainda que, de acordo com relatos não confirmados, continua desaparecido no golfo de Bengala um barco com cerca de 180 pessoas, que se acredita terem morrido.

Em agosto de 2017, o exército birmanês lançou uma campanha militar contra a população 'rohingya' no norte do estado de Rakhine (Arakan), pela qual o país enfrenta uma acusação de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia.

A brutal operação militar provocou o êxodo de mais de 720.000 refugiados para o vizinho Bangladesh, onde permanecem amontoados com outros 'rohingya' que fugiram em vagas anteriores de violência, no maior complexo de campos de refugiados do mundo.