PSD diz que Costa falou ao país de "braços caídos"
O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acusou hoje o primeiro-ministro de se ter apresentado na mensagem de Natal de "braços caídos", sem um projeto político transformador, apesar da confiança que António Costa quis passar ao país.
O chefe do Governo afirmou hoje haver razões para os portugueses terem confiança, apesar do cenário de incerteza internacional, salientando que a trajetória de redução do défice e da dívida coloca Portugal "ao abrigo das turbulências do passado".
Num comentário à mensagem, no Porto, o dirigente social-democrata afirmou que, "apesar de aparentar ser um primeiro-ministro confiante", Costa "é um primeiro-ministro de braços caídos que não representa um projeto político capaz de transformar Portugal", como o país "precisava".
Costa afirma que há razões para confiança apesar da incerteza internacional
O primeiro-ministro considerou hoje que há razões para os portugueses terem confiança, apesar do cenário de incerteza internacional, salientando que a trajetória de redução do défice e da dívida coloca Portugal "ao abrigo das turbulências do passado".
Sabemos que Portugal está cada vez mais na cauda da Europa, que é um país mais pobre, quer porque as pessoas têm mais dificuldade no seu dia-a-dia, quer porque os serviços públicos são, de facto, mínimos para o que é o máximo de impostos que os portugueses e empresas pagam. Hugo Soares
Acusando António Costa de na declaração de hoje não ter tido "uma palavra para os principais problemas das pessoas que vivem o dia-a-dia em Portugal", o social-democrata procurou, depois, desmontar o essencial da mensagem do primeiro-ministro, para quem as três palavras que melhor exprimem o que se deseja nesta época do ano são paz, solidariedade e confiança.
"O primeiro-ministro falou muitas vezes de solidariedade, mas apenas no último trimestre do ano se lembrou e percebeu que as pessoas estavam com cada vez mais dificuldades face ao aumento do custo de vida", criticou Hugo Soares, que apontou ainda um país que "vê todos os dias urgências hospitalares a fechar e os portugueses com mais dificuldades no acesso ao Serviço Nacional de Saúde".
Passando, depois, para o tema das qualificações, referiu ter sido 2022 o ano em que "mais alunos" começaram o ano letivo "sem professores nas suas escolas".
Assinalando a pose "mais natalícia" com que se apresentou hoje ao país, "quando há uma semana usava um tom mais agressivo nos seus comentários políticos", Hugo Soares afirmou que Costa é um "primeiro-ministro que não resolve os problemas do país com as suas entrevistas e que do ponto de vista da ação política já não representa nada para o país".
"Eu diria que nós hoje tivemos um doutor António Costa de braços caídos, sem dizer ao país aquilo que quer projetar nos próximos meses, sem oferecer uma palavra, essa sim, de esperança concreta para mudar a vida das pessoas", afirmou Hugo Soares, defendendo, por isso, que "Portugal precisa de uma nova força, de um novo caminho" e que o "primeiro-ministro já não representa nem essa força nem esse caminho".
Na sua mensagem de Natal, António Costa afirmou que as três palavras que melhor exprimem o que se deseja nesta época do ano são a paz, a solidariedade e a confiança.
Na sua perspetiva, há razões para os portugueses terem confiança.
"Confiança é o que o nosso país nos garante hoje, quando tanta incerteza nos rodeia no cenário internacional. Confiança no futuro, pelo que estamos a fazer no presente", defendeu.
Segundo António Costa, a solidariedade com que os portugueses têm conseguido, "em conjunto, e lado a lado, enfrentar os desafios que os tempos exigentes colocam", dá "confiança na mobilização de todos em torno dos desafios estratégicos: reduzir as desigualdades, acudir à emergência climática, assegurar a transição digital e vencer o desafio demográfico".