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Facebook paga 725 milhões de dólares por fornecer dados a empresa que apoiou Trump

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Foto Shutterstock

A empresa-mãe do Facebook aceitou pagar 725 milhões de dólares num processo judicial que acusa a rede social de permitir que milhões de dados pessoais dos utilizadores fossem fornecidos à Cambridge Analytica, empresa que apoiou Trump em 2016.

Os termos do acordo alcançado pela Meta Platforms, a empresa holding para o Facebook e Instagram, foram divulgados em documentos apresentados em tribunal no final da quinta-feira.

Terá ainda de ser aprovado por um juiz, numa audiência do Tribunal Federal de São Francisco, marcada para março.

O caso surgiu após revelações em 2018 de que a Cambridge Analytica, uma empresa com ligações a Steve Bannon, o estratega político de Trump, tinha pagado a um criador de aplicações Facebook pelo acesso às informações pessoais de cerca de 87 milhões de utilizadores da plataforma.

Esses dados foram então utilizados para atingir os eleitores dos EUA durante a campanha de 2016, que culminou com a eleição de Trump como 45º presidente.

As revelações obrigaram Zuckerberg a ser confrontado por legisladores dos EUA durante uma audiência de alto nível no Congresso e promoveu o fim de muitas contas no Facebook.

Embora o crescimento desta rede social tenha estagnado à medida que mais pessoas se ligam e se entretêm em serviços rivais, como o TikTok, o Facebbok ainda conta com cerca de 2.000 milhões de utilizadores em todo o mundo, incluindo quase 200 milhões nos Estados Unidos e no Canadá.

O processo, que tinha procurado ser certificado como uma ação coletiva de utilizadores do Facebook, procurou demonstrar que a violação da privacidade provou que o Facebook é um "corretor de dados e uma empresa de vigilância", bem como uma rede social.

As duas partes chegaram a um acordo temporário em agosto, apenas algumas semanas antes de um prazo de 20 de setembro para Mark Zuckerberg e a sua diretora operacional de longa data, Sheryl Sandberg, se submeterem aos depoimentos.

A empresa com sede em Menlo Park, Califórnia, afirmou na sexta-feira que procurava um acordo porque era do melhor interesse da sua comunidade e dos seus acionistas.

"Nos últimos três anos, renovámos a nossa abordagem à privacidade e implementámos um programa de privacidade abrangente", disse a porta-voz Dina El-Kassaby Luce.

"Estamos ansiosos por continuar a construir serviços que as pessoas amam e confiam, com a privacidade na linha da frente", prosseguiu.

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