Queda de avião da Ethiopian Airlines em 2019 deveu-se a falha no 'software' de voo
A ministra dos Transportes da Etiópia anunciou hoje que investigadores etíopes confirmam no seu relatório final que uma falha no 'software' de voo é a causa da queda de um Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines em 2019.
Em 10 de março de 2019, seis minutos após a descolagem de Adis Abeba, o voo ET302 com destino a Nairobi caiu a sudeste da capital etíope, matando todos os 157 passageiros e tripulantes.
O acidente ocorreu menos de cinco meses depois, em condições semelhantes, da queda de um 737 MAX da empresa indonésia Lion Air, que provocou a morte de 189 pessoas.
As duas tragédias, que mergulharam a fabricante norte-americana de aeronaves Boeing na pior crise da sua história, evidenciaram uma falha no 'software' de controlo de voo, o sistema MCAS anti-'stall'.
Num relatório preliminar, em março de 2020, os investigadores etíopes já haviam apontado que o 'design' do sistema MCAS "o torna vulnerável a ativações indesejadas".
"Consistente com o relatório preliminar", o documento final confirmou que um sensor à esquerda da aeronave "falhou imediatamente após a descolagem, enviando dados errados para o sistema de controlo de voo", disse hoje a ministra Dagmawit Moges.
"Os dados errados acionaram o sistema MCAS, que repetidamente apontou o nariz da aeronave até que o piloto perdeu o controlo" da aeronave, continuou.
O relatório final deve ser divulgado nos próximos dias, acrescentou.
Após este segundo desastre aéreo em menos de cinco meses, a entrega e a produção do 737 MAX foram suspensas e todas as aeronaves existentes foram imobilizadas por 20 meses, antes de serem gradualmente autorizadas a voar novamente a partir do final de 2020, depois de correções introduzidas pela Boeing.
As companhias aéreas, incluindo a Ethiopian Airlines, devolveram em fevereiro passado mais de 200 dessas aeronaves que estavam ao seu serviço.