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Oposição venezuelana aprovou dissolução do governo de Juan Guaidó

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A oposição venezuelana aprovou hoje a dissolução do "governo interino" de Juan Guaidó, que em 2019 jurou assumir as funções de presidente interino da Venezuela até afastar Nicolás Maduro do poder.

A proposta, que deverá ser ainda submetida a mais duas votações, para aprovação final, teve lugar durante uma sessão do parlamento opositor eleito em 2015.

Durante a sessão Sérgio Vergara, do partido Vontade Popular apresentou uma proposta a favor da continuidade do "governo interino", até 04 de janeiro de 2024, que teve apenas 23 votos.

Foram ainda registadas nove abstenções dos deputados dos partidos Encontro Cidadão, Projeto Venezuela e Nuvipa, que exigiam que aquele parlamento se declarasse em sessão permanente até conseguir um projeto de consenso dos 104 deputados que estavam presentes.

Os votos a favor do fim do "governo interino" de Juan Guaidó foram dos deputados de Ação Democrática, Primeiro Justiça, Um Novo Tempo e Movimento pela Venezuela, que quarta-feira anunciaram contar com os votos da maioria dos 112 de parlamentares opositores.

A proposta aprovada prevê que o parlamento se mantenha em funções, que mantenha ativas as direções Ad Hoc do Banco Central de Venezuela e da estatal Petróleos da Venezuela SA. Também que seja criada uma comissão executiva parar "defender os ativos venezuelanos no estrangeiro".

Durante o debate a deputada Nora Bracho do partido Um Novo Tempo, destacou os esforços do líder opositor Juan Guaidó para conseguir uma transição na Venezuela, mas insistiu na necessidade de serem feitas correções na condução política do país.

"A nossa missão é servir e este serviço não apenas deve estar atado a ser útil, deve oferecer soluções viáveis", disse Nora Bracho.

Por outro lado, Juan Guaidó, alertou, através da rede social Twitter, que "a Constituição" da Venezuela e "o seu artigo 233, não são uma opção ou apenas uma estratégia, mas um dever que continuaremos a defender" sublinhando que "o povo nos elegeu para isso".

"Por isso, hoje, na primeira discussão sobre a reforma, apoiei a proposta de prorrogar por um ano a Assembleia Nacional eleita em 2015 e o governo encarregado (...) suprimir o artigo 233 não gera certeza alguma apenas dará terreno à ditadura", escreveu Juan Guaidó.

Na mesma rede social o líder opositor explicou que "hoje foi a primeira discussão, iremos a uma segunda em que devemos abonar na unidade porque é o que a Venezuela espera" e que "o nosso esforço deve estar conduzido a reunificar o país".

Segundo diversas ONG e organismos internacionais, nos últimos cinco anos, mais de sete milhões de venezuelanos abandonaram o país, fugindo da crise política, económica e social que afeta a Venezuela.

O segundo debate sobre a continuidade ou eliminação do "governo interino" de Juan Guaidó está previsto para a quinta-feira 29 de novembro.