"Prejudicou-se deliberadamente os estudantes-atletas da Madeira"
Bruno Melim aponta o dedo aos deputados do PS-Madeira com assento na Assembleia da República
Bruno Melim mostra-se indignado depois de assistir ao 'chumbo', na Assembleia da República, do ponto em que o seu partido pretendia alterar o estatuto do 'Estudante-Atleta' insular, que no fundo visa salvaguardar uma maior equidade no acesso às competições nacionais por parte dos estudantes do Ensino Superior das Regiões Autónomas.
O presidente da JSD-Madeira e deputado no parlamento regional não esconde a desilusão. "Aquilo que me entristece é que por uma opção puramente política e partidarizada, se prejudiquem muitas dezenas de jovens que tentam manter uma carreira dual, entre o Ensino Superior e a prática desportiva federada, sem uma razão aparente", acusou, apontando o dedo aos três deputados eleitos pelo círculo da Região - Miguel Iglésias, Marta Freitas e Carlos Pereira - mesmo que tenham votado a favor do diploma que foi enviado para São Bento pela Assembleia Legislativa da Madeira.
O diploma foi chumbado porque o PS assim quis que o fosse tendo sido possível depreender que o poder de negociação dos deputados do PS-Madeira na Assembleia da República é absolutamente irrelevante, pois nem mesmo quando são a favor, conseguem materializar a sua vontade em conquistas do povo madeirense. Bruno Melim
Diplomas dos guardas florestais aprovados, estudante-atleta e subsídio de insularidade 'chumbam'
Foram aprovados, esta tarde, na Assembleia da República, as proposta de lei, do PSD e do PS, para a devolução de direitos e para a aposentação dos guardas–florestais da Madeira.
Ainda assim, sobre o debate deste diploma, o social-democrata até ressalva que assistiu "durante toda a discussão" a "um consenso alargado, da direita à esquerda, sobre a importância e a necessidade de rever o referido estatuto dotando-o de maior equidade para as circunstâncias específicas dos estudantes insulares", sendo que "apenas o PS destoou desta convicção generalizada, procurando pequenas questões e subterfúgios para minorar os méritos da proposta".
Das alterações propostas na referida iniciativa parlamentar, destacam-se a identificação formal da condição de estudante das Regiões Autónomas, garantia de inclusão destes estudantes no referido estatuto através de uma melhoria nas condições de acesso, incluir os estudantes que estejam inscritos nas federações nacionais de arbitragem das diferentes modalidades passando a beneficiar deste estatuto, o alargamento da possibilidade de requerer a realização de, no mínimo, quatro exames anuais ou equivalente em época especial de exames e, ainda, a hipótese de requerer a possibilidade de serem realizados individualmente todos os elementos de avaliação.
No final do dia são os nossos estudantes insulares que continuarão a não ser colocados em igualdade de circunstâncias, através de critérios equitativos, para a prática de qualquer competição nacional. A cada estudante-atleta insular que inicie uma prova de canoagem, patinagem artística, badminton ou um jogo na última etapa do futebol de formação, sabemos que não está nas mesmas condições que qualquer outro colega seu do continente. E a culpa é do PS. A minha pergunta é simples: prejudicou-se, deliberadamente, os estudantes-atletas insulares a troco de quê? Bruno Melim
Bruno Melim referiu, ainda, que a criação de um contingente específico de acesso ao estatuto do estudante-atleta seria a solução encontrada, dentro do espírito da legislação já existente, “para ultrapassar a preponderância do critério mérito desportivo que confere o referido estatuto apenas no fim da época desportiva e não no seu decurso”, rejeitando, por isso, qualquer justificação para o chumbo desta iniciativa com base na aplicação desta norma.