A Guerra Mundo

Regulador russo diz ter bloqueado 157.000 informações falsas desde o início da invasão

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Foto Shutterstock

O regulador das comunicações russo, Roskomnadzor, bloqueou desde o início da campanha militar russa na Ucrânia mais de 157.000 "informações falsas e apelos antibélicos", informou hoje o organismo estatal.

"Desde o início da operação militar especial foram detetados e bloqueados mais de 157.000 informações falsas e apelos a comícios antiguerra", indicou Vadim Subbotin, o subchefe da Roskomnadzor, citado pela agência noticiosa russa estatal TASS.

Os "boatos" informativos surgiam principalmente em redes sociais norte-americanas e com o envolvimento de diversas organizações não-governamentais (ONG) estrangeiras, segundo o funcionário.

Vadim Subbotin assegurou que as tentativas de "desestabilizar a sociedade russa" fracassaram.

O número de bloqueios de páginas na Internet na Rússia registou um aumento em 2022 devido à ofensiva militar na Ucrânia e à aprovação de uma lei que proíbe a difusão de "informação falsa" sobre o exército russo.

Em 09 de dezembro, o político opositor Ilya Yashin foi condenado a oito anos de prisão por se referir via Internet a crimes de guerra alegadamente cometidos pelas tropas russas na Ucrânia.

Ainda hoje, o Supremo Tribunal da Rússia confirmou o encerramento da página digital do jornal Novaya Gazeta, uma decisão denunciada entretanto pela publicação como um novo entrave à liberdade de expressão.

O jornal, que não perfilha a linha oficial emanada do Kremlin (Presidência russa), foi alvo de diversos processos no último ano, ações judiciais que visaram tanto a edição em papel da publicação como a edição digital.

Agora, o Supremo pronunciou-se sobre o recurso contra uma decisão de primeira instância após uma iniciativa da Roskomnadzor, para determinar se existiram irregularidades no encerramento da página digital, segundo indicou um comunicado do tribunal citado pela agência noticiosa Interfax.

A propósito desta sentença, o jornal Novaya Gazeta publicou um artigo em que o seu fundador, Dimitri Muratov, prémio Nobel da Paz em 2021, acusou as autoridades russas de atuarem não apenas contra os interesses deste 'media' mas também da cidadania russa.

Nesse sentido, o jornal acusou as autoridades de atuarem sistematicamente através de uma abordagem censória, com Dimitri Muratov a denunciar o que considera ser a parcialidade da justiça russa.