China assegura fornecer todas as informações à OMS sobre a covid-19 no país
A China assegurou hoje que sempre informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) de "forma atempada, aberta e transparente" sobre a covid-19, em resposta a preocupações manifestadas pelo respetivo diretor-geral sobre a pandemia no país.
Tedros Adhanom Ghebreyesus disse, na quarta-feira, que a OMS estava muito preocupada com a evolução da pandemia na China e que precisa de mais informações sobre hospitalizações e internamentos em unidades de cuidados intensivos para fazer uma avaliação precisa.
Num único comentário às declarações do diretor-geral da OMS, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse que a China tem dado todas as informações à OMS sobre a situação no país.
"Desde que começou a covid, o lado chinês tem partilhado informações sobre a epidemia de forma atempada, aberta e transparente, de acordo com a lei, e informado a OMS sobre a situação da covid na China", disse Mao, de acordo com a transcrição da sua conferência de imprensa regular.
No início de dezembro, as autoridades chinesas retiraram grande parte das medidas draconianas que constituíam a sua estratégia de tolerância zero contra a covid-19, alegando que nesta "nova situação" o vírus causa menos mortes.
O fim dos testes PCR de rotina obrigatórios para a maioria da população resultou recentemente na deteção de um número significativamente menor de casos, noticiou a agência espanhola EFE.
Nos últimos dias, foram levantadas dúvidas relativamente aos dados sobre vítimas mortais fornecidos pelas autoridades de saúde, que passaram a incluir apenas os casos de pneumonia ou insuficiência respiratória no seu número oficial de mortes por covid-19.
As mortes que ocorrem em doentes com doenças preexistentes não são contadas como mortes por covid-19, disse Wang Guiqiang, chefe no Hospital n.º 1 da Universidade de Pequim, na quarta-feira, citado pela agência norte-americana AP.
O novo critério de contagem fez com que apenas tenham sido contabilizadas seis mortes por covid-19 desde o levantamento, no início de dezembro, das restrições impostas pela política de tolerância zero.
No início da semana, vários crematórios na China admitiram estar sobrecarregados devido à nova onda de casos de covid-19, apesar de o número oficial de mortos ser reduzido.
O levantamento das restrições seguiu-se a protestos em várias partes do país na sequência da morte de dez pessoas num edifício em Urumqi (noroeste) sob medidas de confinamento que terão demorado o socorro dos bombeiros.
O Governo chinês afirma que salvou milhões de vidas através da política "covid zero", que consiste no isolamento de todas as pessoas infetadas e dos seus contactos próximos, controlos fronteiriços rigorosos, confinamento parcial ou total em locais onde são detetados casos, e testes PCR constantes da população urbana.
Segundo os dados transmitidos por Pequim à OMS, entre 03 de janeiro de 2020 e 21 de dezembro de 2022 (quarta-feira), a China registou 10.112.335 casos de covid-19 e 31.431 mortos.
Até 29 de novembro, foram administradas na China mais de 3.465 milhões de doses de vacinas anticovid.
A covid-19 é provocada pelo vírus SARS-CoV-2, que foi detetado pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, no final de 2019.
Face à disseminação do vírus, a OMS declarou a pandemia em março de 2020.
A doença respiratória provocou mais de 6,6 milhões de mortos a nível global, segundo números da OMS.