Turquia diz que proibição de mulheres afegãs nas universidades não é muçulmana nem humana
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, considerou hoje que a decisão dos talibãs de proibirem a admissão de mulheres afegãs nas universidades do país não é "nem muçulmana, nem humana".
"Esta proibição não é muçulmana nem humana. Rejeitamos esta proibição, não acreditamos que seja justa. Espero que, se Deus quiser, eles renunciem a esta decisão", disse o ministro, em conferência de imprensa.
"Como é que a educação das mulheres prejudica a humanidade?" perguntou.
A Turquia, cuja população é maioritariamente muçulmana, é o único país membro da NATO que manteve uma embaixada aberta em Cabul desde que os talibã chegaram ao poder, em agosto de 2021.
O regime talibã do Afeganistão proibiu esta semana a admissão de mulheres nas universidades públicas e privadas de todo o país.
A decisão foi criticada na quarta-feira pelos Estados Unidos e 11 aliados, bem como a União Europeia (UE), que condenaram esta proibição e exigiram a "suspensão imediata" da medida.
As autoridades talibãs têm sido criticadas pelo encerramento dos centros educacionais e pela exclusão de estudantes do sexo feminino do ensino, num quadro mais vasto de medidas discriminatórias contra as mulheres, que as afastam dos empregos e acabam por impor o respetivo dia a dia.
Desde agosto que as autoridades impedem as alunas do ensino superior de regressarem às aulas, autorizando apenas os alunos.