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MP da Costa do Marfim pede prisão perpétua para acusados do atentado de Grand-Bassam

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O Ministério Público (MP) da Costa do Marfim pediu hoje em Abidjan a prisão perpétua para os quatro acusados do ataque fundamentalista islâmico em Grand-Bassam, que matou 19 pessoas em março de 2016, incluindo cidadãos europeus.

Após a leitura das alegações finais, que durou cerca de quatro horas, o procurador-geral Richard Adou pediu a prisão perpétua, "uma sentença exemplar e dissuasora", para os quatro arguidos presentes no julgamento, que estão a ser julgados desde 30 de novembro.

Catorze outros arguidos estão foragidos ou detidos no Mali.

Os quatro arguidos presentes são Cissé Hantao Ag Mohamed, Kounta Sidi Mohamed, Cissé Mohamed e Barry Hassan.

"O processo judicial aberto na sequência deste ataque levou ao encaminhamento de 18 arguidos para o tribunal penal para responder por atos terroristas, homicídio, tentativa de homicídio, receção de bens roubados, posse ilegal de armas de fogo e munições de guerra e cumplicidade nestes atos", afirmou Richard Adou na primeira sessão do julgamento.

O ataque terrorista de Grand-Bassam, o primeiro cometido na Costa do Marfim, reivindicado pela Al-Qaida, ilustrou o medo já presente em 2016 de uma extensão da violência extremista no Sahel para os países do golfo da Guiné.

Em 13 de março de 2016, três jovens assaltantes invadiram a praia de Grand-Bassam, popular entre os estrangeiros, seguida de vários restaurantes, disparando contra clientes no terraço antes de serem neutralizados pelas forças de segurança da Costa do Marfim.

Reivindicado pela filial da Al-Qaida no Magrebe Islâmico (Aqmi), este ataque terrorista matou 19 civis, incluindo quatro cidadãos franceses. Três soldados da Costa do Marfim foram também mortos.

Além dos quatro franceses, nove costa-marfinenses, um libanês, um alemão, um macedónio, um maliano, um nigeriano e uma pessoa não identificada foram mortos no ataque e 33 pessoas de várias nacionalidades foram feridas.

Em 2018, os familiares dos quatro franceses mortos em Grand-Bassam foram recebidos pela primeira vez pelo juiz parisiense encarregado da investigação. Em paralelo com a investigação da Costa do Marfim, a França tinha aberto um processo devido à presença das vítimas francesas.

Várias dezenas de pessoas, incluindo os três cúmplices dos atacantes mortos, foram presas após o ataque, nomeadamente no Mali.

Em janeiro de 2017, soldados da força francesa Barkhane tinham capturado um suspeito-chave, Mimi Ould Baba Ould Cheikh, considerado pelas autoridades da Costa do Marfim como um dos cérebros do ataque e pelas autoridades como o "chefe de operações" de outro ataque que tinha matado 30 pessoas em Ouagadougou em janeiro de 2016.

O ataque, que foi levado a cabo como retaliação às operações antiterroristas de Barkhane e Serval realizadas pela França e pelos seus aliados na região do Sahel, teve também como alvo a Costa do Marfim por entregar membros da Aqmi às autoridades do Mali.

Em 2020 e 2021, as forças de defesa e segurança foram alvo de ataques mortíferos atribuídos a grupos rebeldes no norte da Costa do Marfim, que, no entanto, não viu quaisquer ataques contra civis desde o ataque de Grand-Bassam.

Este ataque afetou gravemente o setor do turismo neste país, já enfraquecido por anos de crises pós-eleitorais, nomeadamente no período de 2010 a 2011.