Marcelo diz que Portugal "estará sempre ao lado da Roménia" quanto à entrada no espaço Schengen
O Presidente da República afirmou hoje que Portugal "estará sempre ao lado da Roménia" no que respeita à entrada daquele país no espaço Schengen, que o seu homólogo romeno classificou como "objetivo nacional de grande importância".
"Portugal esteve, está e estará sempre ao lado da Roménia quanto à questão do acesso da Roménia ao espaço Schengen", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Roménia, Klaus Iohannis.
O chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas esteve hoje na base militar de Caracal, na Roménia, para visitar os militares portugueses que estão integrados numa missão da NATO.
O Presidente da República destacou que esta "é uma posição que não é só nacional, é uma posição europeia de Portugal".
Marcelo considerou que "é importante para a União Europeia rever a posição tomada recentemente o mais rapidamente possível, permitindo a entrada da Roménia, como aliás da Bulgária, mas aqui concretamente da Roménia, no espaço Schengen".
"A solidariedade europeia não pode ser uma solidariedade parcial ou unilateral, tem de ser global, e solidariedade global significa em questões tão importantes como estas, num momento tão grave como aquele que atravessamos, evitar problemas adicionais aos problemas que já temos todos na Europa e no mundo", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente português referia-se à decisão do Conselho da União Europeia de 08 de dezembro que negou mais uma vez a entrada da Bulgária e da Roménia no espaço Schengen de livre circulação de pessoas, recomendada pela Comissão Europeia, mas chumbada pela Áustria e pelos Países Baixos.
O Presidente da Roménia, Klaus Iohannis, disse ter a "convicção a 100% de que a Roménia vai tornar-se parte do espaço Schengen" e indicou que este "vai continuar a ser um objetivo nacional de grande importância".
Ressalvando não ser possível falar sobre uma data concreta, o chefe de Estado romeno disse que a autorização para a adesão poderá ser possível no próximo ano.
Na declaração à imprensa, o Presidente português indicou que outro tema abordado foi o "alargamento da União Europeia" e a "importância da sensibilidade não apenas à Ucrânia e à Moldova, mas também aos estados dos Balcãs ocidentais, e como isso exige da União Europeia uma determinação política e uma preparação económica e financeira adequada".
"Também falámos da importância do flanco sul. A Aliança Atlântica está presente de uma forma muito clara desde o Atlântico até ao leste europeu, do norte da Europa até ao seu sul e naturalmente do mesmo modo que Roménia conta hoje e para o futuro com a presença portuguesa, nomeadamente militar, também contamos com a disponibilidade romena para estar sensível ao flanco sul da aliança atlântica e da União Europeia, flanco esse que naturalmente é essencial para todos nós", acrescentou.
O Presidente da Roménia manifestou o apoio do seu país à expansão da União Europeia, "tanto no que diz respeito aos Balcãs ocidentais, como quanto aos parceiros do leste".