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Fortes números de emprego levam índices de Wall Street a divergir

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Preocupações com o crescimento dos preços pesaram hoje em Wall Street e deixaram os principais índices sem orientação, depois de um relatório evidenciar aumentos salariais, o que é bom para os trabalhadores, mas pode reforçar a inflação.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice alargado S&P500 acabou em baixa de 0,1%, depois de ter chegado a estar a perder 1,2%. Em baixa, de 0,2%, também fechou o tecnológico Nasdaq, enquanto o seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,1%. Já em termos semanais, todos estes índices registaram progressos.

As cotações estiveram com uma tendência de valorização no último mês, graças às esperanças em que o pior com a inflação elevada nos EUA já tivesse passado.

Isto alimentou expectativas em relação à redução pela Reserva Federal (Fed) da intensidade com que tem estado a conduzir a política monetária, em particular com fortes subidas da taxa de juro de referência. Estas subidas visam reduzir a inflação, através da redução da procura e da quebra das valorizações das ações e de outros investimentos.

Mas o relatório de hoje sobre o emprego nos EUA mostrou que os salários dos trabalhadores subiram 5,1% em novembro, em termos homólogos. Esta evolução representa uma aceleração em relação a outubro, quando aquele aumento foi de 4,9%. Vale dizer que as expectativas dos economistas quanto a um arrefecimento económico foram desiludidas.

Estes ganhos salariais são bons para os trabalhadores, que lutam para conseguirem suportar os preços das necessidades quotidianas.

Mas a Fed preocupa-se que estes ganhos, que considera muito fortes, enraízem a inflação na economia. Isto porque os salários representam parte importante dos custos das empresas de serviços, que podem acabar por subir os seus preços para cobrir os custos maiores com os seus trabalhadores.

"A inflação está a evoluir na direção certa", disse Adam Abbas, que lidera os investimentos em rendimento fixo na Harris Associates, "mas os investidores estão a ir no sentido de uma calibração dos riscos de se 'estacionar' em uma inflação em torno dos três a quatro por cento versus uma descida constante" para o objetivo da Fed, que é de dois por cento.