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"Canibal japonês" Issei Sagawa morre aos 73 anos

Foto DR
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O escritor japonês Issei Sagawa, mais conhecido por ter assassinado e comido parcialmente uma namorada holandesa com quem vivia em Paris, em 1981, morreu aos 73 anos de pneumonia, disse o irmão.

Sagawa morreu em 24 de novembro, num hospital de Tóquio, noticiou hoje a agência japonesa Kyodo.

Enquanto estudava Literatura Comparada na Universidade Sorbonne, na capital francesa, Sagawa matou a tiro Renée Jartevelt, uma estudante holandesa de 25 anos.

O japonês violou depois o cadáver, cortou-o aos bocados, que embalou e conservou dentro de um frigorífico.

Durante alguns dias, Sagawa descongelou e comeu partes do corpo durante alguns dias, até ser preso pela polícia francesa quando tentava desfazer-se de duas malas com os restos mortais de Jartevelt no lago de um parque parisiense.

Filho de uma influente família japonesa, foi considerado inimputável, depois de uma avaliação feita por psiquiatras franceses, tendo sido repatriado para o Japão em 1984.

Ao final de um ano internado num estabelecimento psiquiátrico japonês, Sagawa foi libertado em 1985, o que na altura desencadeou uma onda de protestos em França e nos Países Baixos.

Mais tarde, Sagawa tornou-se numa celebridade literária e o livro de memórias "Kiri no naka" ("Entre o nevoeiro", 1984) é considerado um êxito de vendas no Japão.

Um outro escritor, Juro Kara, ganhou o prestigiado Prémio Literário Akutagawa, em 1982, por "Sagawa-kun kara no tegami" ("Cartas de Sagawa"), baseado no crime.

Em 2019, o caso voltou à ribalta com a estreia no Japão do documentário "Caniba", que concorreu ao festival de cinema de Veneza em 2017.

O filme, que começa por sublinhar "não pretender justificar o crime", reúne confissões e imagens do criminoso, acamado num apartamento, em evidente estado de perturbação mental e assistido pelo irmão, Jun.