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Centeno vê como "quase provável" subida de 50 pontos base dos juros em Fevereiro

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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou hoje ser "muito provável" que o Banco Central Europeu (BCE) suba em 50 pontos base as taxas de juro em fevereiro, considerando um aumento de 75 pontos base muito improvável.

"Se se confirmar os números que temos em cima da mesa, é quase tão provável que haja uma subida das taxas em fevereiro idêntica à que acabamos de decidir como é improvável que essa subida seja de 75 pontos base", disse o governador do Banco de Portugal (BdP), durante a conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de dezembro, em Lisboa.

Um dia depois do Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado um aumento das taxas de juro de 50 pontos base, após duas subidas consecutivas de 75 pontos, Mário Centeno considerou que "voltar a 75 pontos base é um evento de probabilidade muito baixa".

O responsável do supervisor bancário português justifica a afirmação com a informação e previsões disponíveis até à data.

"Foi com esse grau de confiança que a decisão de ontem [quinta-feira] foi tomada", disse.

No entanto, realçou que as decisões do banco central são tomadas reunião a reunião, com base em atualização de dados, alertando que o impacto do aperto das condições de financiamento não é imediato, pelo que o "risco de sobreagir é muito grande".

Ainda que considere que a taxa terminal de juros "é ainda muito difícil de estimar", quanto à taxa neutral apontou para um intervalo entre 1,75% e pouco mais de 2%.

Com a decisão tomada pelo BCE esta quinta-feira, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento fica agora em 2,5%, o nível mais alto desde finais de 2008, a taxa de depósitos em 2% e a taxa de juro aplicada à facilidade permanente de cedência de liquidez passa para 2,75%.

A instituição liderada por Christine Lagarde abrandou o ritmo de subida das taxas de juro, mas avisou que vai continuar a subi-las "significativamente", mostrando-se determinado no combate à inflação, que continua "demasiado elevada".

"Ainda temos caminho a percorrer", "temos de ir mais longe", "estamos numa longa partida", foram algumas das expressões usadas por Christine Lagarde, presidente do BCE, para passar a mensagem de firmeza do banco central, após a última reunião de um ano movimentado.