Sindicato de médicos ameaça com greve se Governo não negociar grelhas salariais em Janeiro
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alertou hoje que avança para a greve caso o Ministério da Saúde não demonstre no próximo mês disponibilidade para uma "verdadeira negociação" das grelhas salariais dos clínicos.
"Em janeiro, o Ministério da Saúde terá de estar obrigatoriamente disponível para uma verdadeira negociação das grelhas salariais, caso contrário a FNAM será forçada a avançar para a greve", adiantou a estrutura sindical em comunicado.
Os sindicatos representativos dos médicos e o Ministério da Saúde voltaram hoje a reunir-se para uma terceira ronda de negociações, depois dos encontros realizados em 09 e 28 de novembro já com a equipa do ministro Manuel Pizarro.
A próxima reunião negocial ficou agendada para 9 de janeiro, adiantou a FNAM, ao considerar que esta é "data-limite para que exista um sinal claro que o Ministério da Saúde pretende valorizar e dignificar o trabalho médico, negociando as grelhas salariais".
Além da questão salarial, foi criado um grupo de trabalho para os cuidados de saúde primários para "abordar o redimensionamento das listas de utentes" dos médicos de família, referiu a federação.
"Entretanto, houve alguns avanços na negociação das normas particulares de organização e disciplina do trabalho médico, com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos médicos", adiantou ainda a FNAM.
De acordo com a estrutura sindical, na reunião de hoje o ministério propôs a assinatura de um novo protocolo negocial para incluir elementos da recentemente criada direção executiva do Serviço Nacional de Saúde.
Estas negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas a definição das matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde no protocolo negocial.
Depois da demissão de Marta Temido, no final de agosto, os sindicatos representativos dos médicos solicitaram ao Governo a abertura das negociações, criticando o "total silêncio" do Ministério da Saúde sobre o processo.