Missa dedicada aos militares encheu igreja da Nazaré

Fiéis louvaram o regresso dos típicos convívios após a celebração

Não faltou o cacau quente, a canja e a tradicional sandes de carne vinha d'alhos, Foto Miguel Espada / ASPRESS

Bispo do Funchal celebrou a primeira Missa do Parto da paróquia da Nazaré, deixando uma mensagem de prosperidade

Centenas de pessoas acompanharam esta manhã a Missa do Parto da Igreja paroquial da Nossa Senhora da Nazaré, na cidade do Funchal, a primeira de nove celebrações em homenagem à Virgem Maria.

Dedicada aos militares, a eucaristia foi celebrada pelo Bispo do Funchal, D. Nuno Brás, que deixou uma mensagem de prosperidade aos fiéis, lembrando que aquilo que é feito com Deus "dá fruto e permanece".

Se olharmos apenas para as realidades humanas, o rasto que deixamos neste mundo logo desaparece. O homem mais poderoso do mundo rapidamente se esquece, aquilo que fica é aquilo que deixamos que Deus faça em nós, isso é a realidade que permanece. Claro que sim, havemos de trabalhar, havemos de lutar, havemos de construir, mas havemos de o fazer com Deus, porque é isso que dá fruto e permanece. Bispo do Funchal D. Nuno Brás

Missas do Parto regressam em pleno

Igreja Católica madeirense dá início a uma das maiores tradições de Natal da Região

Este ano, as Missas do Parto regressam à normalidade, não sendo exigido a utilização de máscara no interior da igreja e com a possibilidade da concretização dos típicos convívios e das Romagens de Natal após a celebração. Destacando que os convívios "são a continuação daquilo que é a eucaristia", ao DIÁRIO, D. Nuno Brás fez votos de que "este ano as coisas corram muito bem ao ritmo normal".

Há que dar espaço à alegria, à entreajuda e à partilha humana deste sentimento tão espontâneo e tão importante de percebermos que Deus está próximo de nós, portanto temos de estar também nós próximos uns dos outros. Bispo do Funchal D. Nuno Brás

No adro da igreja da Nazaré, o DIÁRIO encontrou Micaela e Martinho Brazão, que revelaram afinco em dar continuidade àquela que é uma das maiores tradições de Natal dos madeirenses.

Naturais de Santa Maria Maior, todos os anos assistem à Missa do Parto de diversas paróquias da Região, desde o Funchal até São Vicente.

Martinho Brazão considera que antigamente "as pessoas eram mais devotas", sendo o convívio "era mais saudável". "Hoje em dia há pessoas vêm à Missa do Parto mais pelo convívio, antigamente primeiro estava a devoção e depois a diversão", repara.

Natália Fernandes vai às Missas do Parto desde que tem memória por uma questão de tradição, mas também para assinalar o seu nascimento: "Antigamente as Missas do Parto tinham início a 16 de Dezembro, eu nasci nesse dia e por isso me chamo Natália. Isto é a magia do Natal, começamos a antecipar o Natal, é um convívio e aproxima as pessoas".

Confira as imagens captadas pelo fotógrafo da ASPRESS Miguel Espada:

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As Missas do Parto, originalmente, têm início 10 dias antes do nascimento do menino Jesus. As celebrações acontecem diariamente entre as 5 horas da manhã e as 19 horas em homenagem à Virgem Maria, momento que reúne milhares de madeirenses em todos os concelhos da Região.

O pároco da Nazaré, Miguel Lira, explica que as celebrações representam a preparação para o Natal: "Aliada à fé e à tradição, a Missa do Parto ajuda a prepararmo-nos para melhor acolhermos Jesus em nós. É um momento de nos preparamos para sermos presépio".

Após a Missa, os fiéis deslocaram-se ao salão da Igreja para o tão aguardado convívio. Além de calor humano, não faltou as típicas iguarias da época natalícia como cacau quente, canja e sandes de carne vinha d'alhos.

A primeira Missa do Parto da Nazaré, dedicada habitualmente aos militares, contou com a presença de relevantes figuras da política e das forças armadas, nomeadamente o Representante da República para a Região Autónoma da Madeira, Juiz Conselheiro Ireneu Cabral Barreto, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, o presidente da Junta de Freguesia de São Marinho, Marco Gonçalves, o comandante das Forças Terrestres do Exército Português, Tenente-General Mendes Ferrão, comandante Operacional da Madeira, major-general Rui Tendeiro, o comando da Zona Marítima da Madeira, capitão-de-mar-e-guerra Rui Teixeira, entre outros.