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Turquia rejeita críticas da UE por não impor sanções à Rússia

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A Turquia rejeitou hoje as críticas da União Europeia (UE) por não impor sanções à Rússia e sublinhou o seu apoio à Ucrânia e os seus esforços para facilitar um fim negociado do conflito.

O ministério dos Negócios Estrangeiros turco expressa a sua "surpresa" com a posição manifestada por Bruxelas na terça-feira, considerando que reduz "o papel da Turquia apenas à não participação nas sanções da UE, ignorando o seu apoio decidido à integridade territorial da Ucrânia e os seus esforços diplomáticos para pôr fim à guerra", de acordo com uma declaração.

A nota critica a UE por "apresentar a posição da Turquia de não-participação, por princípio, em sanções unilaterais, como uma tentativa consciente de desanuviar essas sanções".

"As nossas relações comerciais e económicas com a Rússia não são de natureza a anular as sanções", insiste, e argumenta que a mediação turca do negócio de cereais e da troca de prisioneiros visa "manter as consequências negativas da guerra ao mínimo".

Na sua declaração sobre o processo de alargamento da UE e a concessão do estatuto de candidato à Bósnia-Herzegovina, a UE lamentou o fracasso de Ancara em aderir às sanções contra Moscovo e exortou-a a impedir que a Rússia contornasse a medida, adquirindo bens civis e militares europeus de dupla utilização, através do comércio com a Turquia.

Ancara mantém boas relações com Moscovo e com Kiev, mas tem desde o início proclamado a importância de restaurar a integridade territorial da Ucrânia, incluindo a Crimeia.

Bruxelas exortou também Ancara a respeitar a soberania e a integridade territorial de todos os países da UE, numa referência ao conflito em curso com a Grécia e Chipre.

Como em ocasiões anteriores, a Turquia respondeu rejeitando a "infeliz declaração" da UE, acusando Bruxelas de agir "como porta-voz do binómio Grécia-Chipre", de ser "uma vítima dos interesses de alguns países" e de não reconhecer as mudanças que aconteceram no sistema internacional.