Total de mortos devido às chuvas torrenciais em Kinshasa sobe para 120
O número de mortos devido às chuvas torrenciais que desde a manhã de segunda-feira provocaram inundações e deslizamentos de terra em Kinshasa subiu para mais de 140, anunciou hoje fonte oficial.
Pelo menos 12 pessoas ainda estão desaparecidas, mas o Governo não está otimista de que alguém seja encontrado vivo.
"Não há esperança de encontrar sobreviventes", disse a ministra da Saúde, Lisa Nembalemba, citada pela Associated Press.
As autoridades decretaram três dias de luto nacional e o Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Felix Tshisekedi, que se encontrava nos Estados Unidos para a cimeira EUA-África, anunciou o seu regresso antecipado ao país após reunir-se com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden.
A Presidência da RDCongo anunciou na rede social Twitter que o chefe de Estado "decidiu decretar luto nacional de três dias a partir de hoje e encurtar a sua viagem aos Estados Unidos para regressar a Kinshasa na quinta-feira".
Cerca de 15 milhões de pessoas vivem nas 24 comunas (bairros) de Kinshasa.
As chuvas inundaram quase 40.000 casas e arrasaram quase 300, disseram as autoridades locais.
Além da perda de vidas e estragos materiais, as chuvas causaram estragos em toda a cidade, com pelo menos uma estrada principal para a capital cortada e grande parte da cidade ainda submersa.
Alguns moradores de Kinshasa dizem que não ficaram surpreendidos com as enchentes e mortes, dizendo que as condições de vida nessas áreas são muito más.
"É cada vez mais urgente que as autoridades se concentrem seriamente em grandes construções na cidade para minimizar a magnitude de tais desastres naturais", defendeu Fridolin Ambongo, arcebispo católico de Kinshasa.
O presidente da câmara de Kinshasa, Gentiny Ngobila, apelou à população para "mostrar consciência coletiva da necessidade imperativa de respeitar as regras de planeamento urbano e evitar construir em áreas proibidas e não deitar lixo e detritos nos rios e canais cuja função é permitir a drenagem da água da chuva".
Segundo as autoridades, as mortes ocorreram em diferentes quarteirões e bairros da cidade em particular nos declives onde as habitações foram destruídas por deslizamentos de terras.