EUA disponíveis para fornecer a Kiev mísseis Patriot
Os Estados Unidos estão disponíveis para enviar à Ucrânia mísseis Patriot, após um apelo dos líderes de Kiev sobre a concessão de novos armamentos destinados a contrariar os ataques russos, indicaram hoje responsáveis oficiais em Washington.
A decisão deverá ser aprovada no final desta semana e anunciada até à próxima terça-feira, referiram os mesmos responsáveis citados pela agência noticiosa Associated Press (AP).
As duas fontes, que pediram anonimato, precisaram que os Patriot serão provenientes das reservas do Pentágono e enviadas via marítima para outro país.
Na segunda-feira, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky voltou a pressionar os líderes ocidentais para o fornecimento de armamento mais sofisticado para as suas forças militares e em plena guerra com a Rússia. O envio da bateria de mísseis terra-ar Patriot permitirá reforçar os sistemas de defesa que o ocidente tem fornecido à Ucrânia para contrariar os ataques aéreos russos, e poderá implicar uma escalada do conflito.
No decurso de uma videoconferência na segunda-feira, Zelensky disse à anfitriã Alemanha e a outros líderes do G7, as sete potências industriais ocidentais, que o seu país necessitava de mísseis de longo alcance, tanques modernos, artilharia e baterias de mísseis e outros sistemas de defesa antiaérea de alta tecnologia para conter os ataques russos, dirigidos a infraestruturas cruciais e que deixaram milhões de ucranianos sem eletricidade e água.
Os líderes da Casa Branca e o Pentágono têm considerado prioritário o envio à Ucrânia de sistemas de defesa aérea adicionais, e os mísseis Patriot estavam a ser incluídos num novo pacote de armamento desde há algum tempo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.755 civis mortos e 10.607 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.