Milhares de alunos de Lisboa e do Alentejo sem aulas
O mau tempo levou hoje ao encerramento de muitas escolas na região de Lisboa, mas também algumas no Alentejo, havendo ainda instituições de ensino superior que optaram por suspender as atividades presenciais e permitir aulas 'online'.
Ao longo da manhã de hoje, dezenas de escolas do ensino básico e secundário da área metropolitana de Lisboa foram encerrando devido ao mau tempo, segundo uma ronda feita pela Lusa.
Saldanha, Benfica, Alvalade, Olivais e Parque das Nações foram alguns dos bairros lisboetas onde os alunos começaram por ter as primeiras aulas da manhã mas acabaram por ser mandados para casa.
"A Escola Secundária de Camões deu aulas ao primeiro tempo e depois mandou todos para casa", contou à Lusa o pai de um aluno daquele estabelecimento de ensino situado no Saldanha.
Houve casos em que o encerramento foi decidido após ter entrado água da chuva nos edifícios, noutros casos deveu-se à falta de funcionários, que não conseguiram chegar às escolas devido às condicionantes do trânsito provocadas pelo mau tempo. Mas também houve direções escolares que optaram por encerrar as escolas preventivamente tendo em conta as previsões meteorológicas.
As direções das escolas tinham autonomia para decidir se deveriam manter os estabelecimentos de ensino abertos, segundo uma nota divulgada hoje pelo Ministério da Educação.
Por exemplo, os alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo da Teixeira de Pascoais, situada no bairro de Alvalade, não tiveram aulas porque entrou água na escola durante a noite, contou à Lusa a mãe de uma das crianças daquela escola.
Na Escola Parque das Nações, os alunos começaram por ter as primeiras aulas, mas as famílias foram contactadas para irem buscar as crianças, disse à Lusa um outro encarregado de educação. Esta foi uma situação que se repetiu em muitas outras escolas lisboetas, segundo relatos feitos à Lusa.
Em Oeiras, "seguindo a recomendação da Proteção Civil Municipal", o presidente da autarquia mandou encerrar todas as escolas "tendo em vista a segurança e integridade física dos munícipes e das crianças de Oeiras".
Também em Loures, a autarquia divulgou uma lista de escolas onde hoje não houve aulas: Agrupamento de escolas José Afonso, Agrupamento Camarate, Agrupamentos Maria Keil e João Villaret.
Fora da área metropolitana de Lisboa, as escolas dos concelhos de Campo Maior e Monforte, no distrito de Portalegre, também estiveram hoje encerradas.
No mesmo sentido, também o agrupamento de escolas de Vila Viçosa, no distrito de Évora, fechou e mandou os alunos para casa.
A Lusa constatou que também houve colégios que optaram por fechar as portas, como o Jardim Infantil Pestalozzi, o Colégio do Bom Sucesso, Manuel Bernardes ou o Colégio S. José, no Restelo, cujos pais foram contactados para irem buscar os alunos.
O Conservatório de Música, que fica no bairro lisboeta de Belém, também esteve fechado, assim como a Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, que fica ali perto.
No norte, a situação esteve mais calma durante o dia de hoje, com as aulas a decorrer com normalidade, segundo o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Publicas, Filinto Lima.
Ao mau tempo e às dificuldades dos funcionários em conseguirem chegar ao trabalho, somou-se a greve de professores convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.).
No ensino superior, também houve escolas em Lisboa que optaram por suspender as atividades presenciais, havendo casos em que as universidades mantiveram as portas abertas e a funcionar, permitindo aulas 'online'.
As faculdades da Universidade de Lisboa (UL), por exemplo, estão abertas, mas "a funcionar com a indicação de maior tolerância, nomeadamente com aulas 'online' para quem não o pode fazer presencialmente".
A Faculdade de Direito da UL adiou as avaliações marcadas para hoje e suspendeu as atividades letivas presenciais.
O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da UL tomou uma decisão semelhante, suspendendo as aulas presenciais.
Já no ISCTE-IUL, os trabalhadores puderam trabalhar de casa, mas as atividades letivas mantiveram-se.
Da Universidade Nova de Lisboa, o diretor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas admitiu o recurso às aulas 'online', decretando as faltas justificadas.
A Proteção Civil nacional apelou hoje aos cidadãos para restringirem ao máximo as deslocações por causa do mau tempo, que se deverá manter até quarta-feira.
O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, alertou para os fortes condicionamentos de trânsito nos acessos a Lisboa, com inundações e lençóis de água que tinham obrigado ao corte de dezenas de vias.