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Obrigado Cristiano!

1. Catar

O Cristiano conquistou o mundo do futebol por esforço e dedicação exemplar. Foi ao seu 5.º Campeonato do Mundo. Representa um ídolo para muitas gerações. Foi, é, e continuará a ser, o Melhor do Mundo para tantos e tantos miúdos (e graúdos), que correm por um sonho nos quatro cantos do mundo.

Ninguém lhe tirará o mérito das conquistas. Saiu-lhe do pêlo, do suor de muitas horas de treino, muitas horas de preparação, muitas horas de trabalho, muitas horas de dedicação.

Colocou a Madeira no mapa mundo, permitiu que as perguntas comuns “onde é que isso fica?” ou “onde é isso?” passasse a ser “ah a ilha do Cristiano Ronaldo”. “Ah, Ronaldo, Portugal!”.

De forma simplista, esta é a linha que separa o antes e o depois de Cristiano.

Aliás, a dicotomia “Cristiano, o português” (normalmente nas horas boas) e “Cristiano, o madeirense” (normalmente nas horas más), só pode servir propósitos lúdicos de entretenimento local entre a ilha e a metrópole, coisas do passado que nestes dias do Futebol do Catar são reavivados.

A participação neste mundial foi um exercício inexplicável de terrorismo anti Cristiano, que entre muita especulação, teve um objectivo claro, o de desestabilizar o Grupo.

Parabéns. Resultou.

Terminado o jogo contra Marrocos, voltamos a ser o País do mau tempo, das cheias, dos incêndios, do nevoeiro, do fatal destino de Camões, do rei D Sebastião perdido ou morto em África, do romance de D. Pedro e Inês de Castro, da desgraça, das aldeias esquecidas, da crise … enfim, do fado, tristes e pequeninos.

2. Eutanásia

O parlamento nacional aprovou com a presença de 210 deputados, em votação final global a despenalização da morte medicamente assistida, com os votos a favor dos deputados do Bloco de Esquerda, do PAN, do Livre, da maioria dos deputados do partido Socialista e seis deputados do Partido Social Democrata.

No processo legislativo segue-se o envio para promulgação do Presidente da República que poderá promulgar, vetar ou pedir a fiscalização preventiva

Os 2 vetos presidenciais obrigaram ao aperfeiçoamento da iniciativa legislativa.

O prazo mínimo de dois meses até à concretização do pedido, a obrigatoriedade de acompanhamento psicológico e a correta contextualização da morte medicamente assistida em situações de doença grave e incurável, lesão definitiva de gravidade extrema e sofrimento de grande intensidade, são algumas das alterações que procuram agora passar no crivo presidencial.

Enfim… na euforia do Mundial do Catar e das cheias de Lisboa, o Parlamento aprova, quase despercebido, um diploma legal gerador de questões que apontam a inversão da base dos Princípios: a vida.