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Embaixador em Espanha quer que Rússia seja declarada Estado terrorista

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EPA/SERGEI ILNITSKY

O embaixador ucraniano em Espanha, Serhii Pohoreltsev, afirmou hoje que a embaixada está a melhorar os seus sistemas de segurança, defendendo ainda que a Rússia deve ser declarada como "Estado terrorista".

Pohoreltsev, que falava aos jornalistas à chegada a um evento da Associação dos Meios de Informação (AMI), garantiu que o inimigo "é um Estado terrorista" e que, por isso, "esperam qualquer coisa".

Para o embaixador, é necessário reconhecer a Rússia como um Estado terrorista, lembrando que muitos países europeus já o fizeram.

"Espero que o parlamento espanhol faça o mesmo", vincou.

Na quarta-feira, a embaixada da Ucrânia em Madrid recebeu um envelope com material explosivo, endereçado ao embaixador.

Apesar de ter seguido os procedimentos de segurança, um funcionário sofreu ferimentos ligeiros.

Desde então, já foram localizados outros dois envelopes com explosivos -- um numa fábrica de armas em Saragoça e outro na base aérea e Torrejón de Ardoz, em Madrid.

Em 24 de novembro, já tinha sido neutralizado pelos serviços de segurança um envelope com material pirotécnico, dirigido ao Presidente Pedro Sánchez.

Em 22 de novembro, a Assembleia Parlamentar da NATO pediu aos governos e parlamentos dos 30 países que integram a organização que declarem a Rússia um "estado terrorista", segundo uma resolução aprovada num encontro em Madrid.

A assembleia, formada por 269 deputados dos países da NATO, "insta os governos e parlamentos membros da Aliança Atlântica" a "declararem claramente que a Rússia, sob o atual regime, é um estado terrorista", lê-se no documento.

O mesmo texto, com decisões tomadas em Madrid na 68.ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança de defesa entre países europeus e norte-americanos), insta também à criação de um tribunal internacional especial para investigar e julgar "o crime de agressão cometido pela Rússia" com o ataque militar à Ucrânia, iniciado em 24 de fevereiro, assim como "para impor a obrigação" de serem integralmente reparadas as perdas e danos causados pelos russos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha pedido aos parlamentos de todos os países da NATO que declarassem a Rússia como um "Estado terrorista", defendendo que Moscovo está a levar a cabo uma "política genocida" na Ucrânia, que tem como alvos a população civil ou infraestruturas energéticas e de fornecimento de água, com efeitos similares aos das armas de destruição maciça.

Zelensky pediu ainda a criação de um tribunal internacional especial para investigar e julgar "a agressão russa" à Ucrânia e apoio às candidaturas ucranianas para adesão à União Europeia e à NATO.