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Junta militar de Myanmar condena à morte 11 dissidentes, incluindo sete estudantes

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Um tribunal militar de Myanmar (antiga Birmânia), condenou à morte 11 dissidentes opositores da junta militar no poder, incluindo sete estudantes universitários, informaram hoje fontes locais e estudantis, citadas pela agência espanhola Efe.

As sentenças, proferidas na quarta-feira na prisão de Insein, em Yangon, acontecem depois de as autoridades militares terem executado quatro ativistas em julho, naquela que foi a primeira aplicação da pena de morte no país desde 1988.

Sete estudantes da Universidade Dagon, em Yangon, presos em 21 de abril, foram condenados à morte por acusações de assassínio, informou o Sindicato de Estudantes daquela universidade nas suas redes sociais. São acusados de terem matado o gerente de um banco birmanês em 18 de abril.

De acordo com o jornal birmanês Khit Khit, quatro outros jovens foram também condenados à morte na quarta-feira, acusados de envolvimento na morte de um funcionário.

A União Europeia, as Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos, entre outros, condenaram duramente a junta de Myanmar pelas execuções, em julho, do antigo deputado da Liga Nacional para a Democracia Phyo Zeyar Thaw, do escritor e ativista veterano Ko Jimmy, bem como de dois outros ativistas, Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw.

Desde que os militares tomaram o poder, através de um golpe de Estado em 2021, um total de 128 pessoas foram condenadas à morte, segundo dados da Organização Não Governamental (ONG) birmanesa Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP).

O exército justifica o golpe com a alegada fraude massiva nas eleições de novembro de 2020, cujo resultado foi anulado e em que o partido da líder deposta Aung San Suu Kyi venceu, como já tinha acontecido em 2015, com o aval de observadores internacionais.

Segundo dados da AAPP, mais de 2.500 pessoas morreram desde o golpe de Estado devido à brutal repressão das forças de segurança e mais de 13.000 foram detidas.