O autogolo de João Henriques
No dia em que as vitórias caseiras voltaram aos Barreiros, recordamos a derrota de domingo passado. Não no campo, mas sim na conferência de imprensa
Boa noite!
No dia em que voltou a ser possível festejar uma vitória caseira nos Barreiros, abrindo-se assim caminho para sucessos futuros a quem lá joga habitualmente e também ao clube que nunca de lá devia ter saído, importa reflectir sobre o que disse, domingo passado, o treinador do Marítimo, ao considerar que os jornalistas fazem perguntas com intuitos criativos, de modo a que sejam montados determinados ambientes em torno do plantel verde-rubro.
João Henriques aconselhou mesmo os profissionais da comunicação da social a serem honestos em vez de provocarem conflitos. Assim sendo, sem nenhuma hostilidade, permita-me que com frontalidade lhe pergunte: se houve adeptos no estádio dos Barreiros que se manifestaram de forma crítica em relação à exibição da equipa frente ao colossal Arouca, porque novamente perdulária e ansiosa, que termos deviam os jornalistas usar para colocar a questão resultante de um facto indesmentível, mesmo que suscitada por 10 ou 100 “maldispostos”?
Ma há mais sobre este autogolo. Será que João Henrique também só gosta das perguntas que não geram incómodos, mesmo que isolados e, na sua leitura, decorrentes de “instabilidades emocionais”, o que a serem verdade têm origem bem identificada? Por falar em ambientes, aos quais garantiu estar imune, parece-lhe normal que passados seis jogos nos Barreiros o clube que agora lhe paga o salário continue sem ganhar em casa? Está convencido que vai continuar a ter nove mil adeptos por jogo se não sair urgentemente da zona de despromoção, como é desejo dos madeirenses, sejam eles assumidos verde-rubros, embora mais descrentes do que nunca, fanáticos dos grandes do futebol nacional que raramente perdem oportunidade de puxar pelos de fora em pleno ‘caldeirão’ ou simples adeptos de ver os nossos entre os melhores? Ainda não percebeu que está a dar lastro aos que anseiam pelo ajuste de contas e querem vingar a vaia histórica com o famigerado clube único?