Sector automóvel “está bem e recomenda-se”, diz Barreto
Com uma leitura diferente dos números, os empresários falam em quebras de 30% em relação a 2019
A opinião é de Rui Barreto, embora os empresários do sector apontem, ainda, quebras na ordem dos 30% em relação a 2019.
O secretário regional de Economia, na abertura de mais uma edição do ‘Mercado de Usados’, promovido pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), destacou o o que disse ser um “recorde de vendas” de automóveis na Região, no ano passado. Em 2021, revelou, foram vendidas 4.262 viaturas novas, fazendo deste o melhor dos últimos 13 anos. Nos usados, onde as contas são mais difíceis de ‘acertar’, Rui Barreto aponta a venda anual de 3.000 a 3.500 automóveis.
O governante com a pasta da Economia aproveitou a ocasião para realçar os apoios que o Governo Regional tem disponibilizado ao sector, nomeadamente no que respeita às ajudas para aquisição de viaturas eléctricas.
Desde 2019, o Executivo madeirense já apoiou na aquisição de 1.000 destes automóveis, numa soma que ultrapassa, já, os quatro milhões de euros.
Ainda assim, confrontado com a subida das taxas de juro e a implicação desse aumento na retracção das vendas, o secretário regional perspectiva “outra realidade” é esperada para 2023, agravada pela inflação e pela subida das taxas de juro.
Sobre os apoios para a compra de viaturas eléctricas no próximo ano, Rui Barreto escuda-se nos valores deste ano e refere que “o Governo prosseguirá a política de incentivo para 2023, como tem feito desde 2019”.
Empresários falam em quebras de 30% em relação a 2019
Quem vê os números por outro prisma é Duarte Reis. Para o presidente da Mesa de Automóveis Multimarcas e Reparadores Independentes da ACIF, as vendas do sector automóvel ainda estão 30% abaixo dos registos de 2019. Ainda assim, não deixa de olhar com expectativa para mais uma edição do Mercado de Usados, que acontece até domingo, no Madeira Tecnopolo.
Para o também empresário, os clientes das viaturas usadas também já fazem 'contas à vida', sobretudo face ao aumento das taxas de juros. Embora muitos optem por comprar a viatura a pronto, o certo é que as vendas ainda dependem, bastante, dos créditos.
Sobre a feira que procura animar o negócios dos usados, Duarte Reis refere que, nas primeiras horas do dia de abertura já foram vendidos algumas automóveis e a afluência de visitantes tem sido satisfatória. Estão presentes neste Mercado de Usados nove empresas multimarcas com mais de 200 viaturas usadas e semi-novas.