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Processo de contagem de votos sem registo de ciberataques

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A contagem dos votos nas importantes e renhidas eleições intercalares nos Estados Unidos não foi afetada por ciberataques, adiantaram hoje as autoridades norte-americanas que estavam em alerta contra ameaças domésticas ou externas.

Algumas administrações estaduais e locais podem ter sido atingidas por uma forma relativamente rudimentar de ataque informático, que periodicamente tornaram 'sites' públicos inacessíveis.

Mas as autoridades norte-americanas asseguraram hoje que nenhum destes ataques afetou a infraestrutura de contagem de votos, noticiou a agência Associated Press (AP).

"Não vimos nenhuma evidência de que qualquer sistema de votação tenha excluído ou perdido votos, alterado votos ou tenha sido comprometida de alguma forma em qualquer zona do país", destacou Jen Easterly, diretora da Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura dos EUA (CISA, na sigla em inglês), em comunicado.

A CISA e outras agências federais tinham alertado que a proteção das eleições nos EUA tornou-se mais complexa do que nunca, com as ameaças mais sérias de agentes internos ou externos, como da Rússia, China ou Irão.

Estes agentes procuram amplificar narrativas falsas ou falaciosas através das redes sociais.

Muitos norte-americanos, numa sociedade cada vez mais extremada, têm-se associado a conspirações não comprovadas de fraude eleitoral.

Há receios constantes de que invasores ou criminosos patrocinados por outras nações tentem interferir nas listas de eleitores ou roubar dados para pedir um resgate.

Também têm aumentado as preocupações com as crescentes ameaças físicas e 'online' aos funcionários eleitorais.

Após as intercalares desta terça-feira, os votos ainda estão a ser contados em todo o país e permanece a dúvida sobre quem irá dominar o Congresso norte-americano.

"É importante lembrar que este processo minucioso e deliberativo pode levar dias ou semanas, dependendo das leis estaduais. Estes procedimentos rigorosos são o motivo pelo qual o povo norte-americano pode ter confiança na segurança e integridade da eleição", salientou Easterly, citada na nota de imprensa.

O 'site' do secretário de Estado do Mississippi ficou 'offline' durante parte de terça-feira e houve relatos de outros 'sites' inacessíveis em todo o país, incluíndo no condado de Champaign, Illinois e partes do Arkansas.

As autoridades recusaram-se a apontar um responsável, mas no caso do Mississippi, um grupo pró-Rússia pediu na rede social Telegram para que os seus seguidores atacassem o 'site'.

O analista Alexander Leslie, da empresa de segurança cibernética Recorded Future, considerou os ataques de "insignificantes, um pequeno incómodo no máximo".

O grupo pró-Rússia que reivindicou a responsabilidade pela quebra no 'site' do Mississippi também tentou organizar um ataque contra o democrats.org, dirigido pelo Comité Nacional Democrata, mas não há evidências de que a plataforma tenha sido afetada, adiantou Leslie.

Com a contagem ainda a decorrer, os Republicanos somam 48 lugares no Senado, os mesmos que os Democratas, com quatro lugares na câmara alta em disputa, um dos quais, no Alasca, sem hipóteses para os Democratas.

Em aberto estão os estados do Nevada e Arizona, enquanto na Geórgia decorrerão novamente a eleições em dezembro para nomear um senador para o Congresso, depois de nenhum dos candidatos ter atingido a marca de 50%, informou hoje a imprensa norte-americana, num local que pode ser decisivo para determinar a maioria na câmara alta do Congresso.

Para manter o controlo do Senado, os Democratas terão de ganhar pelo menos duas destas três corridas, perfazendo 50 dos 100 lugares, os mesmos que tinham antes destas eleições.

Para a Câmara dos Representantes, segundo as projeções de vários 'media' norte-americanos, os Republicanos estão neste momento com uma vantagem de 200 lugares contra 174 dos Democratas.

Para chegar à maioria, os Republicanos precisam de conquistar mais 18 lugares, de 61 ainda em disputa.