CDU diz que é necessário um Centro de Emergência Social
A CDU reuniu no Funchal, ao longo desta manhã, com a Associação 'Casa' para a análise das implicações do agravamento das condições de vida e do empobrecimento que está em curso na Região Autónoma da Madeira.
No âmbito da nova iniciativa da CDU, intitulada 'Empobrecer', como referiu Edgar Silva, "foram sublinhados os problemas que agora atingem os não pobres, designadamente, as situações de emergência social, envolvendo famílias que, até agora, não viviam com as dificuldades de resposta a necessidades básicas".
De acordo com Edgar Silva, "as emergências e urgências sociais são um novo fenómeno a que importa dar resposta".
"As novas emergências e urgências sociais são situações de uma grande vulnerabilidade económica e social, e que ocorrem quando não se encontram asseguradas todas ou algumas das condições mínimas de sobrevivência (alimentação, alojamento, saúde) e de dignidade, e que podem constituir perigo para a integridade psíquica, emocional ou social das pessoas", sustentou.
Para a CDU "estas situações requerem respostas rápidas e adequadas e podem exigir o encaminhamento ou articulação na resposta. E, perante estas novas realidades da sociedade, a Região não está a dar as respostas necessárias".
De acordo com Edgar Silva, "na Madeira está em falta um Centro de Emergência Social, que se constitua como um novo equipamento com meios de actuação e respostas às crescentes situações concretas de emergência social".
Na reunião de trabalho com 'A Casa', em face dos problemas de empobrecimento que se multiplicam, foi apontado o quanto a Região precisa de um "serviço permanente, em cada dia, de 24 em 24 horas, capaz de atender às urgências sociais, com meios técnicos e técnicas de intervenção logística, com recursos humanos e com competências interdisciplinares, para atender aos casos de pessoas em situação de risco ou de urgência social".
O Centro de Emergência Social, disse Edgar Silva, "é um investimento público prioritário para que, em relação ao empobrecer, em casos de risco de rutura social, frente aos processos de “ação de despejo” e em perda de alojamento, para pessoas que precisem de atenção psicossocial imediata, em casos de súbita carência alimentar, nas diversas expressões da violência, alguém fique esquecido e votado à sua sorte".
Para além do caráter prioritário da concretização do Centro de Emergência Social, na reunião com 'A Casa' foi ainda consensual "a importância de se avançar, imediatamente, com a elaboração de um outro Plano Regional de Inclusão de Pessoas Sem Abrigo – PRIPSA, com novas respostas sociais mais adequadas aos novos fenómenos e às novas formas de exclusão social. Ou seja, está na altura certa para que um novo plano atenda aos novos problemas sociais que marcam a nossa realidade concreta".