Madeira

“Podemos fazer melhor pela saúde dos nossos olhos”

Apelo foi deixado pela oftalmologista Sandra Moniz, numa palestra no ‘Liceu’

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“Ninguém pode travar a evolução da tecnologia, mas podemos fazer melhor pela saúde dos nossos olhos”, afirmou Sandra Moniz. A médica especialista em oftalmologia ministrou, hoje (dia 9 de Novembro), uma palestra aos estudantes da Escola Secundária Jaime Moniz, no Funchal, sobre “como manter uma visão saudável ao longo da vida na era das novas tecnologias”.

A também actual diretora do Serviço de Oftalmologia do Hospital Dr. Nélio Mendonça – que fez o seu ensino secundário no ‘Liceu’ – conhece bem os hábitos dos jovens pelo que colocou o enfoque na “necessidade de uma maior prevenção”.

Neste âmbito, sugeriu: “uma iluminação adequada, filtros antirreflexos nos computadores, posicionamento ergonómico do ecran, uma adequada postura, pausas regulares, o pestanejar frequente, a lubrificação e óculos com filtros adequados ao computador para melhoria do conforto visual”.

“Cientificamente, ainda não evidências de que o uso da tecnologia determina o surgimento de doenças oculares”, observou, ressalvando porém “o uso excessivo da população do computador ao longo e três horas tem efeitos na saúde ocular”.

Sandra Moniz também alertou para os consumos de álcool e tabaco, como “causadores de lesões irreversíveis no nervo óptico”. “Além de ser necessário abdicar destes comportamentos errados, é preciso nutrir a saúde visual com uma boa alimentação rica em vitamina D e Ómega 3”, acrescentou.

Após a sua intervenção, a médica responsável pela Secção de Cirurgia Implanto Refrativa, Estrabismo, Geral e Bloco Operatório, lembrou aos jovens do ‘Liceu’ para “aproveitar os passeios nos pátios da escola e potenciar os convívios, como uma excelente estratégia para recuperar do cansaço visual, desligando-se do espaço fechado da tecnologia”. Aliás, frisou, “o sol e o ar livre são importantes para atrasar doenças em crescendo, como a miopia”.

Em relação aos jovens que usam lentes de contacto, a médica especialista referiu que o seu uso é “compatível estar no computado”. No entanto, “em casa, é conveniente tirarem as lentes porque seca menos os olhos”, aconselhou.

Disse ainda que embora não haja horário estipulado para ficar no computador em termos de saúde ocular, “os estudos vão apontando para o facto de três horas seguidas diante do ecran aumentar significativamente a fadiga ocular e poder gerar outros problemas mais sérios”.

Outros cuidados a ter prendem-se com: “o uso de uma luz uniforme, artificial, homogénea, preferencialmente luz branca e nunca estar de frente para a janela ou com a janela por detrás do utilizador do computador, porque a luz estimula o cansaço, devendo ainda evitar-se a iluminação da mesa”.

A conferência, à qual assistiram quatro turmas da Escola Secundária Jaime Moniz, foi dinamizada pelos coordenadores dos projectos ‘Equipa de Saúde’ e ‘Blogue de Memórias’, Elisabete Cró e António Freitas.