Meloni agradece a Macron "partilha da responsabilidade migratória" pela França
A primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni, agradeceu hoje ao Presidente francês, Emmanuel Macron, por "partilhar a responsabilidade pela emergência migratória", depois da ONG europeia SOS Méditerranée dar instruções ao seu navio "Ocean Viking" para rumar a França.
O Ocean Viking, de bandeira norueguesa, tem 234 migrantes a bordo há 17 dias e foi impedido de atracar em qualquer porto italiano, não obstante a degradação do estado de saúde dos passageiros, segundo a SOS Méditerranée na segunda-feira.
"Expressamos os nossos sinceros agradecimentos pela decisão da França de partilhar a responsabilidade pela emergência migratória, que até agora tem caído sobre os ombros da Itália e de alguns outros estados mediterrânicos, abrindo os seus portos ao navio 'Ocean Viking'", fez saber a presidência do Governo italiano através de uma declaração.
A decisão terá sido tomada depois de Meloni ter falado com Macron na segunda-feira à noite na cidade egípcia de Sharm el-Seikh, onde decorre a cimeira climática COP27, de acordo com os meios de comunicação social italianos.
"É importante continuar nesta linha de colaboração europeia com os Estados mais expostos [às migrações] devido à sua situação geográfica, para encontrarmos uma solução comum e partilhada que permita conter o tráfico humano e gerir o fenómeno migratório de forma legal e equilibrada", acrescentou Meloni.
Para a primeira mulher chefe do Governo italiano, "a emergência da imigração é uma questão europeia e deve ser abordada como tal, com pleno respeito pelos direitos humanos e pelo princípio da legalidade".
O Governo de Meloni tem acusado as ONG que resgatam migrantes no mar de encorajarem o fenómeno migratório, e não respondeu a mais de 30 pedidos do "Ocean Viking" para atracar num dos portos italianos.
Outros três navios enfrentam atualmente as mesmas restrições e outros tantos - o "Rise Above", dos alemães da Mission Lifeline, com 89 migrantes a bordo; o "Geo Barents" dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), com 572 migrantes; e o "Humanidade 1", da SOS Humanidade, com 179 migrantes -- conseguiram desembarcar nos três últimos dias, parcialmente ou a totalidade, das pessoas que transportavam.