Alojamento Local (I)

A configuração do Alojamento Local (AL), em Portugal, foi criada em 2008 pelo Decreto-Lei n.º 39/2008 de 7 de março.

A sua evolução no País, em 2008: um total de 2.014 unidades, 11.191 camas, 1.158 titulares. Em 2015, 28.128 unidades, 125.601 camas, 16.116 titulares, proveitos de aposento 85,7 milhões de euros, proveito médio por dormida, 16,7 euros (não inclui A.M.Lisboa). Em 2022, 107.879 unidades, 414.236 camas, 65.075 titulares, os proveitos de aposento, 263,4 milhões de euros, o proveito médio por dormida, 39,8 euros (até Agosto).

Na Área Metropolitana de Lisboa, em 2008, 134 unidades, 1.403 camas, 97 titulares.

Em 2015, 5.193 unidades, 25.489 camas, 3.187 titulares. Em 2017, os proveitos de aposento, 95,7 milhões de euros, o proveito médio por dormida, 33,7 euros. Em 2022, 28.647 unidades, 112.842 camas, 15.798 titulares, os proveitos de aposento, 102,4 milhões de euros, o proveito médio por dormida, 43,2 euros (até Agosto).

Na Madeira, em 2008, 43 unidades, 560 camas, 35 titulares. Em 2015, 932 unidades, 4.249 camas, 723 titulares, os proveitos de aposento, 14,7 milhões de euros, o proveito médio por dormida, 28,3 euros. Em 2022, 4.395 unidades, 15.803 camas, 2.957 titulares, os proveitos de aposento, 13,9 milhões de euros, o proveito médio por dormida, 30,2 euros (até Agosto). (Fonte: Turismobi, Turismo de Portugal).

O contínuo aumento da procura turística por este tipo de alojamento potenciou o investimento de proprietários e investidores locais ou estrangeiros.

Algum dos aspectos positivos: permitiu a recuperação de património edificado, levou a determinados locais das cidades fluxos de turismo, o que por sua vez, potenciou outro tipo de negócios.

Alguns dos aspectos negativos: o investimento neste tipo de alojamento que proporciona mais rentabilidade que o imobiliário para a habitação, contribui para o inflacionar do preço do imobiliário e das rendas, fazendo com que antigos residentes não consigam pagar os novos valores de renda, afastando-os para a periferia das cidades.

O aumento do fluxo de turistas a determinadas zonas das cidades aumenta a carga de pressão e também contribuirá para o aumento do preço de bens e serviços, uma vez mais penalizando os residentes que não têm capacidade económica para fazer face a tais aumentos.

O afastamento dos residentes para a periferia fará com que as zonas com esse tipo de alojamento sejam habitadas mais por turistas e cada vez menos por locais. Os turistas, posteriormente, podem considerar a perda de autenticidade desse(s) local(ais).

João Freitas