Eleitorado do CDS é o mais indeciso
Sondagem da Aximage revela curiosidades sobre transferências de voto
Chega beneficia de alguma migração do eleitorado do JPP e IL recolhe simpatia junto dos centristas
Depois dos resultados globais no que concerne a intenções de voto e respectivas reacções, revelamos como votaram nas eleições regionais de 2019 os inquiridos que participaram na sondagem hoje publicada e que foi realizada pela Aximage para o DIÁRIO e para a TSF-Madeira.
No cenário em que PSD e CDS surgem coligados, - desejo assumido pelas partes e opção que foi posta à consideração e aprovada nos últimos congressos partidários de social-democratas e centristas – é possível constatar alguns dados curiosos.
Sabe-se, por exemplo, que 17,7% dos que votaram CDS nas últimas Regionais revelam-se agora indecisos, o que garante aos centristas a liderança neste segmento. Ao nível da indecisão há 15% que em 2019 votaram PS e 10,3% que optaram pelo PSD.
No que diz respeito a transferências de votos, dos que votaram PSD em 2019, 76,7% optam pela coligação, 8,1% pelo PS, 2,4% pelo JPP, 0,5% pelo Chega e 2% por outros partidos/branco ou nulo.
Quem votou CDS também prefere maioritariamente a coligação (45,6%), mas há 16,2% que assumem votar agora na Iniciativa Liberal, 13,2% que vão votar PS e 7,2% por outros partidos/branco ou nulo.
60,6% dos que escolheram o PS em 2019 votam de igual forma em 2023, havendo 12% que se mudam para a coligação, 9,1% para o JPP e 0,8% para a IL e 2,5% para outros partidos/branco ou nulo.
Quanto ao eleitorado do JPP, 62% repetem a escolha passados quatro anos, 15,7% optam pelo PSD/CDS, 11,3% pelo PS e 11% pelo Chega.
O Chega beneficia sobretudo das intenções de voto provenientes dos que em 2019 votaram noutros partidos/branco ou nulo (23,2%) e do JPP (11%) enquanto que a Iniciativa Liberal vai buscar eleitorado ao CDS (16,2%) e aos outros partidos/branco ou nulo (9%).
Coligação apoiada por 44,3%
Como revelamos na edição de hoje do DIÁRIO, neste segundo cenário, de confirmação da coligação pré-eleitoral, PSD/CDS recolhem 44,3% das intenções de voto, seguindo-se o PS com 21,8%, JPP com 7,7%, Chega com 2,2% Iniciativa Liberal com 1,9%, CDU com 0,9%, BE com 0,7% e PAN com 0,2%. Os outros/Brancos e nulos levam 2,4% enquanto que 17,9% se revelam indecisos.
Os eleitores mais fervorosos da coligação de centro-direita votam nos concelhos a Oeste (Câmara de Lobos, Calheta, Ponta do Sol, Porto Moniz, Ribeira Brava, São Vicente), são maioritariamente mulheres, têm idades compreendidas entre os 18 e 34 anos e oriundos da classe média.
O estudo com base em 601 entrevistas efectivas foi feito entre 14 e 26 de Outubro com a amostragem por quotas a ser obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e três zonas geográficas distintas. O erro máximo da amostra é de 4%, para um grau de probabilidade de 95% numa sondagem em que não há distribuição de indecisos, dada a distância para o acto eleitoral em que do universo dos inquiridos 58,4% são votantes.
Memórias de 2019
Nas Regionais de 2019, o PSD ganhou as eleições sem maioria absoluta, com 39,42% dos votos que garantiram 21 deputados. O CDS obteve 5,76% e 3 mandatos, o quanto baste para que fosse possível estabelecer uma aliança PSD/CDS que governa a Região desde então. A soma das duas partes foi de 45,18%.
A 22 de Setembro de 2019, o PS conquistou 35,76% dos votos, o que rendeu 19 deputados.
Os madeirenses garantiam ainda deputados ao JPP que alcançou 5,47% e 3 mandatos; e ao PCP-PEV que com 1,80%, obteve 1 mandato.
Nas últimas eleições regionais votaram 55,51% dos eleitores inscritos.