Soldados russos de elite queixam-se da incompetência das chefias
Os militares de uma unidade russa de elite que combate na Ucrânia publicaram hoje uma carta de protesto referindo as elevadas baixas que sofreram num ataque que, afirmam, foi planeado de forma "incompetente", noticia o portal russo de notícias no exílio Meduza.
"Os soldados da Brigada da Marinha de Guerra 155 enviaram uma carta ao governador de Primorye, Oleg Kozhemyako, queixando-se das ações de comando e que causaram grandes baixas", publica o portal Meduza, com sede em Riga.
O Ministério da Defesa da Rússia não fez ainda qualquer comentário sobre a alegada carta de protesto dos militares russos.
A unidade militar (Brigada 155), aquartelada no distrito russo de Primorye é considerada uma força de assalto de elite.
De acordo com a carta publicada pela publicação digital russa no exílio, em inglês e russo, a força de assalto sofreu "centenas de baixas".
"Outras fontes", escreve o Meduza, referem que a mesma unidade perdeu em combate mais de metade dos veículos blindados de que dispunha.
No ataque contra a pequena localidade de Pavlivka, perto de Donetsk (leste da Ucrânia), as forças russas foram atacadas por efetivos ucranianos que tomaram posições mais elevadas no terreno.
Os confrontos fizeram mais de 300 baixas, "entre mortos e feridos", ou mesmo "300 mortes" segundo o portal de notícias Meduza.
As informações da mesma publicação digital são igualmente mencionadas nas redes sociais que também citam a suposta carta dos soldados russos e alguns alegados testemunhos da batalha que terá ocorrido no final do mês de outubro.
Na carta, os membros da unidade de elite, pedem, alegadamente, ao governador de Primorye que solicite ao "comandante supremo das Forças Armadas russas" o envio de uma comissão independente para investigar a suposta derrota.
O portal Meduza encontra-se na capital da Letónia onde se encontram exilados jornalistas russos desde 2014.
O portal foi bloqueado pelas autoridades de Moscovo sendo que a consulta é proibida aos cidadãos russos desde a nova invasão de Moscovo contra a Ucrânia que começou no passado dia 24 de fevereiro.
O Ministério da Defesa da Rússia não fez ainda qualquer comentário sobre a alegada carta de protesto dos militares russos.